Amém.
Então vocês concordam que existe muita dificuldade em chegar a
uma conclusão a respeito do Dia do Senhor, certo? Por mais que tenhamos
falado alguma coisa a respeito e muitos irmãos tenham externado suas
opiniões, aliás, todas elas dizendo mais ou menos a mesma coisa,
é importante que toda a igreja chegue a um mesmo entendimento, a uma
mesma conclusão e tê-la guardada na mente e no coração
para nunca mais se esquecer. O fato de cada um pensar um pouco diferente pode
se tornar motivo de confusão.
Para entendermos melhor, vamos explicar da seguinte forma. As Escrituras dizem
que Deus fez o mundo e tudo o que existe em sete dias. Em cada dia foi feita
uma obra diferente. Podemos até localizar essa passagem em Gênesis.
Está aqui! Gênesis, capítulo 1, a partir do versículo
1. Não vamos ler todo ele, mas você pode observar, por exemplo,
os versículos 1 e 2. De acordo com eles, no princípio, havia apenas
Deus; a terra, por sua vez, era sem forma e vazia.
“1
No princípio criou Deus os céus e a terra.
2 A terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo, mas
o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas”.
Observando
a seqüência do texto, notamos que, a cada dia, foi fazendo uma coisa.
No primeiro dia, houve luz e trevas; à luz, Deus chamou dia e, às
trevas, noite (v. 5). No segundo, fez-se separação entre águas
e águas, as que estavam por cima e debaixo do firmamento, ao que chamou
de céu e terra, sendo que ao ajuntamento das águas chamou mares
(vs. 6-9). No versículo 10 diz: “E viu Deus que isso era bom”.
Que coisa tremenda! Tudo o que Deus fez era bom! No terceiro diz, por sua vez,
“a terra, pois, produziu relva, ervas que davam semente segundo as suas
espécies, e árvores que davam fruto que tinha em si a sua semente,
segundo as suas espécies.” (vs. 11, 12)
Estamos olhando tudo rapidamente, sem tecer maiores comentários, porque
o que nos interessa no momento é o sétimo dia. Estamos chegando
lá. Antes disso, no quarto dia, fez Deus dois grandes luzeiros: o maior,
para governar o dia e o menor, para governar a noite. (v. 18) Sobre isto teríamos
de fazer muitos comentários, mas, para não desviar o assunto,
prossigamos em frente. Falaremos sobre isto numa outra oportunidade, se Deus
permitir, é claro. Eu chamo a sua atenção para esta parábola:
o maior para governar o “Dia”. No quinto dia, Deus criou todos os
seres viventes, segundo sua espécie e os abençoou. (vs. 21-23)
No penúltimo, ou seja, no sexto dia, fez Deus o homem à Sua semelhança
e concedeu a ele o domínio sobre toda a terra. Tudo o que existia estava
debaixo da autoridade, do governo do homem a partir daquele instante. (vs. 26-28)
Finalmente, chegamos ao sétimo dia, ao Dia do Senhor. Vejamos agora,
com mais detalhes, o que aconteceu nesse Dia.
“1 Assim foram acabados os céus e a terra, com todo o seu exército.
2 Ora, havendo Deus completado no dia sétimo a obra que tinha feito,
descansou nesse dia de toda a obra que fizera.
3 Abençoou Deus o sétimo dia, e o santificou; porque nele descansou
de toda a sua obra que criara e fizera”.
Apenas para
entendermos rapidamente o que acabamos de ler, vamos desenhar no quadro negro
uma linha do tempo e dividi-la em sete partes, cada qual simbolizando um dia.
Um, dois, três, quatro, cinco... Seis e sete. Seria mais ou menos assim.
O sétimo dia seria este último espaço.
Quando a bíblia fala, por exemplo, nos últimos dias, a qual destes
dias está se referindo? Qual será o tempo do fim? Quanto tempo
ainda tem? Apenas para exemplificar e para nos situarmos nesta linha do tempo,
existe uma profecia feita pelo profeta Joel, de que Deus, nos últimos
dias, derramaria do Seu Espírito sobre toda carne.12
Eu pergunto a vocês: essa profecia já se cumpriu? Já! Quando?
Nos dias dos apóstolos, apesar de o seu cumprimento ainda se prolongar
até os nossos dias. Será assim, até que os últimos
dias se findem. É bom que toda a igreja confira esta passagem a que estamos
nos referindo. Isto quer dizer que, já nos dias dos apóstolos,
da igreja primitiva, estávamos vivendo os últimos dias, certo?
Porque a profecia era para se cumprir nos últimos dias. Precisamos entender
bem isso!
Quando estávamos comentando aqueles versículos do livro de Gênesis
– se lermos todo o capítulo um, vamos observar o seguinte: que
tudo já existia na cabeça, na mente de Deus. Todo arquiteto, primeiramente,
concebe tudo em sua mente para depois executar o projeto. É assim que
funciona! Então, no momento da execução, ele sabe exatamente
o que quer e como fazer: onde ficarão as paredes, as janelas, as portas,
a cor da casa, a altura do muro. Somente depois é que ele passa o projeto
para alguém executar.
Se no projeto a mesa, por exemplo, é quadrada e alguém quer fazê-la
redonda, ele não vai aceitar. “Não, não é
assim! Fui eu quem fiz o projeto”. Mas a pessoa pode dizer: “Ah,
mas eu acho que assim fica melhor”. Deus é o grande arquiteto do
Universo! Não adianta discutir, querer ensiná-Lo. Todas as religiões
e doutrinas, por mais estranhas que sejam, admitem que Deus é o Criador
de todas as coisas, muito embora não saibam exatamente quem Ele é.
Acredito que poucas, poucas pessoas mesmo, não admitem a existência
de Deus. A maior dificuldade está em aceitar o que Deus projetou.
Eu sempre costumo dizer que, para entender a Deus, deve-se entender bem o homem,
pois Ele nos fez à Sua imagem e semelhança. Se você pensa,
por exemplo, em fazer um almoço na sua casa – você já
pensou no prato, em como tudo vai ser feito – e alguém fica querendo
fazer diferente, dando palpites, ajuda ou atrapalha? Atrapalha. Por quê?
Porque você, na verdade, já sabe como vai ser o almoço no
fim. A dona de casa já viu, na sua mente, o almoço pronto, a batatinha
frita, a salada, a mesa toda arrumada. Ela já pensou até na cor
do forro da mesa. Deus também tem todo o Seu projeto elaborado e nele
não é admitida a interferência de ninguém, por mais
que Ele nos ame.
Fazia parte do projeto chamar a Abraão. “Sai-te da tua terra, da
tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei”.13
Poderia Abraão fazer diferente? Daria certo, dizer: ”Não
Senhor! Eu quero essa terra, mas não posso deixar minha parentela de
jeito nenhum!” Vocês acham que Deus concordaria com isso? De forma
alguma! Mas Abraão, o que fez? Fez da maneira como Deus mandou e, mesmo
sem alcançar a terra prometida, morreu na esperança de alcançá-la.
Na sua mente, na sua cabeça, Abraão imaginava o quanto essa terra
deveria ser tremenda e ninguém tirava isso dele. E o mais interessante
é que Deus também sabia que a terra prometida a Abraão
não seria alcançada por ele ainda nesta carne.
Em uma de suas cartas, o apóstolo Pedro diz: “Nós, porém,
segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e uma nova terra, nos quais
habita a justiça”.14 Vejam como Pedro entendeu o projeto de Deus.
Estava também na sua mente o propósito de Deus. Não queiram
salvar algo que, no projeto de Deus, já foi descartado.
É como uma casa velha que deve ser derrubada, destruída, a fim
de que outra seja construída. Vocês estão entendendo? Se
não tivermos isso muito vivo dentro de nós, no nosso sangue, qualquer
um pode mudar o nosso entendimento. Pedro preferiu ser crucificado de cabeça
para baixo a ter que negar a sua fé. Amém? Apenas Deus, Idealizador,
Autor do projeto é quem sabe e pode também nos fazer entender
isso. Vocês concordam? Então, não tem como o homem querer
passar à frente de Deus e fazer as coisas à sua maneira.
Jesus Cristo é o Senhor, Jesus Cristo é Deus! Como eu estava dizendo,
nem todas as pessoas concordam com isso, mas ninguém nega que Deus é
o Autor, o Arquiteto de tudo. Ele próprio admitiu: “Eu sou o alfa
e o ômega, o princípio e o fim”.15 Ora, quem poderia ser
o princípio e ao mesmo tempo conhecer o fim, muito embora ele não
tenha chegado? Tudo está na cabeça Dele, mas o projeto ainda está
em execução.
Por exemplo: vocês acham que o novo homem que Deus criou já está
pronto? Não! Esta é uma parte do projeto que ainda está
em execução e por isso estamos aqui, pelejando para fazermos todos
entenderem um pouco mais a respeito de Deus. Assim, estaremos preparando o novo
homem, a quem Deus, novamente, entregará o governo da terra.
Não apenas Deus, mas o próprio homem verá que isso é
bom. Acaso Deus poderia confiar neste homem de hoje, injusto, egoísta?
Não poderia! Mas os herdeiros, os filhos de Deus, já foram vistos
por Ele. Só serve o homem da maneira como Deus idealizou: justo, santo,
sem pecado, perfeito, que se encaixará perfeitamente na Sua construção.
Então, para entender que últimos dias seriam esses, imaginemos
os dias da semana e decifremos esta parábola. O sábado é
o sétimo dia. Temos, assim, a semana se iniciando no dia de domingo.
Depois vem a segunda, a terça, a quarta, a quinta, a sexta e, por último,
o sábado. Ora, se a quarta-feira fica no meio da semana, concluímos
que os três primeiros dias (domingo, segunda e terça) são
os dias do início. Esses dias não podem fazer parte dos últimos,
certo? Pensem bem: quais são os últimos dias da semana? São
os que vêm depois da quarta-feira, que está localizada exatamente
no meio da semana (quinta, sexta, sábado), não é assim?
Vocês concordam? Estamos explicando o natural para entendermos o espiritual.
Os últimos dias só podem ser esses três últimos.
Como estávamos dizendo, a quarta-feira estaria no meio da semana. Cada
dia desse marca um tempo. Eu não quero me estender muito nisto, mas vamos
analisar o tempo a partir do momento em que Jesus Cristo veio.
É de fundamental importância compreendermos este detalhe. A profecia
do profeta Joel, à qual nos referimos, está se cumprindo nos últimos
dias, não é assim? Então, já no tempo dos apóstolos,
estávamos vivendo os últimos dias. “E acontecerá
nos últimos dias...” Vocês estão convencidos disto?
O que aconteceria nos últimos dias, não teve o seu início
ali, nos dias de Pentecostes?
Quando, então, Jesus teria vindo? Um pouco antes, mais ou menos no quarto
dia, como se fosse a quarta-feira da semana. Para ser mais preciso, na passagem
da quarta para quinta-feira, durante a madrugada, momento de maior escuridão
do dia. Por isso as Escrituras afirmam que “... o povo que estava sentado
em trevas viu uma grande luz; sim, aos que estavam sentados na região
da sombra da morte, a estes a luz raiou”.16 Esses dias já são
parte dos dias do fim. É a consumação dos séculos.
Paulo, a respeito desses dias, se referiu em sua carta aos gálatas, dizendo
que Deus havia enviado o Seu filho, porque era vinda a plenitude dos tempos.17
De que forma o povo se encontrava guardando o Dia do Senhor, nos dias de Jesus?
Por não compreender, por não entender a lei, o povo guardava o
sétimo dia como se fosse o último dia da semana, ou seja, o sábado.
O natural é apenas para explicar, mas há pessoas que até
hoje entendem que é mesmo desse dia que as Escrituras se referem como
sendo o Dia do Senhor.
Chegava-se a cometer coisas absurdas, imaginando que seria este um dia de descanso
físico, quando nem mesmo o próprio Senhor descansava do Seu trabalho.
“Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também”.18
Ai de quem necessitasse de ajuda, de socorro, de auxílio de alguém
naquele dia!
Será que é a vontade de Deus que descansemos no sábado,
alheios ao trabalho determinado por Deus, simplesmente porque se trata do sétimo
dia da semana? Seria este o espírito da lei? Não, não era,
tanto é que Jesus fazia o que tivesse que fazer, mesmo no sábado.
Por isso foi perseguido. Mas, na realidade, que mal teria curar um enfermo,
como foi o caso do homem que achava-se enfermo há trinta e oito anos?19
Ou ainda, como foi com aquela mulher, filha de Abraão, que há
dezoito anos andava encurvada, presa por Satanás?20 Viram como a religião,
muitas vezes, se torna prejudicial?