O Dia do Senhor está inserido nos últimos dias (Consultar gráfico p. 9)

Amém. Então vocês concordam que existe muita dificuldade em chegar a uma conclusão a respeito do Dia do Senhor, certo? Por mais que tenhamos falado alguma coisa a respeito e muitos irmãos tenham externado suas opiniões, aliás, todas elas dizendo mais ou menos a mesma coisa, é importante que toda a igreja chegue a um mesmo entendimento, a uma mesma conclusão e tê-la guardada na mente e no coração para nunca mais se esquecer. O fato de cada um pensar um pouco diferente pode se tornar motivo de confusão.
Para entendermos melhor, vamos explicar da seguinte forma. As Escrituras dizem que Deus fez o mundo e tudo o que existe em sete dias. Em cada dia foi feita uma obra diferente. Podemos até localizar essa passagem em Gênesis. Está aqui! Gênesis, capítulo 1, a partir do versículo 1. Não vamos ler todo ele, mas você pode observar, por exemplo, os versículos 1 e 2. De acordo com eles, no princípio, havia apenas Deus; a terra, por sua vez, era sem forma e vazia.

“1 No princípio criou Deus os céus e a terra.
2 A terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo, mas o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas”.

Observando a seqüência do texto, notamos que, a cada dia, foi fazendo uma coisa. No primeiro dia, houve luz e trevas; à luz, Deus chamou dia e, às trevas, noite (v. 5). No segundo, fez-se separação entre águas e águas, as que estavam por cima e debaixo do firmamento, ao que chamou de céu e terra, sendo que ao ajuntamento das águas chamou mares (vs. 6-9). No versículo 10 diz: “E viu Deus que isso era bom”. Que coisa tremenda! Tudo o que Deus fez era bom! No terceiro diz, por sua vez, “a terra, pois, produziu relva, ervas que davam semente segundo as suas espécies, e árvores que davam fruto que tinha em si a sua semente, segundo as suas espécies.” (vs. 11, 12)
Estamos olhando tudo rapidamente, sem tecer maiores comentários, porque o que nos interessa no momento é o sétimo dia. Estamos chegando lá. Antes disso, no quarto dia, fez Deus dois grandes luzeiros: o maior, para governar o dia e o menor, para governar a noite. (v. 18) Sobre isto teríamos de fazer muitos comentários, mas, para não desviar o assunto, prossigamos em frente. Falaremos sobre isto numa outra oportunidade, se Deus permitir, é claro. Eu chamo a sua atenção para esta parábola: o maior para governar o “Dia”. No quinto dia, Deus criou todos os seres viventes, segundo sua espécie e os abençoou. (vs. 21-23)
No penúltimo, ou seja, no sexto dia, fez Deus o homem à Sua semelhança e concedeu a ele o domínio sobre toda a terra. Tudo o que existia estava debaixo da autoridade, do governo do homem a partir daquele instante. (vs. 26-28) Finalmente, chegamos ao sétimo dia, ao Dia do Senhor. Vejamos agora, com mais detalhes, o que aconteceu nesse Dia.
“1 Assim foram acabados os céus e a terra, com todo o seu exército.
2 Ora, havendo Deus completado no dia sétimo a obra que tinha feito, descansou nesse dia de toda a obra que fizera.
3 Abençoou Deus o sétimo dia, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que criara e fizera”.

Apenas para entendermos rapidamente o que acabamos de ler, vamos desenhar no quadro negro uma linha do tempo e dividi-la em sete partes, cada qual simbolizando um dia. Um, dois, três, quatro, cinco... Seis e sete. Seria mais ou menos assim. O sétimo dia seria este último espaço.
Quando a bíblia fala, por exemplo, nos últimos dias, a qual destes dias está se referindo? Qual será o tempo do fim? Quanto tempo ainda tem? Apenas para exemplificar e para nos situarmos nesta linha do tempo, existe uma profecia feita pelo profeta Joel, de que Deus, nos últimos dias, derramaria do Seu Espírito sobre toda carne.12
Eu pergunto a vocês: essa profecia já se cumpriu? Já! Quando? Nos dias dos apóstolos, apesar de o seu cumprimento ainda se prolongar até os nossos dias. Será assim, até que os últimos dias se findem. É bom que toda a igreja confira esta passagem a que estamos nos referindo. Isto quer dizer que, já nos dias dos apóstolos, da igreja primitiva, estávamos vivendo os últimos dias, certo? Porque a profecia era para se cumprir nos últimos dias. Precisamos entender bem isso!
Quando estávamos comentando aqueles versículos do livro de Gênesis – se lermos todo o capítulo um, vamos observar o seguinte: que tudo já existia na cabeça, na mente de Deus. Todo arquiteto, primeiramente, concebe tudo em sua mente para depois executar o projeto. É assim que funciona! Então, no momento da execução, ele sabe exatamente o que quer e como fazer: onde ficarão as paredes, as janelas, as portas, a cor da casa, a altura do muro. Somente depois é que ele passa o projeto para alguém executar.
Se no projeto a mesa, por exemplo, é quadrada e alguém quer fazê-la redonda, ele não vai aceitar. “Não, não é assim! Fui eu quem fiz o projeto”. Mas a pessoa pode dizer: “Ah, mas eu acho que assim fica melhor”. Deus é o grande arquiteto do Universo! Não adianta discutir, querer ensiná-Lo. Todas as religiões e doutrinas, por mais estranhas que sejam, admitem que Deus é o Criador de todas as coisas, muito embora não saibam exatamente quem Ele é. Acredito que poucas, poucas pessoas mesmo, não admitem a existência de Deus. A maior dificuldade está em aceitar o que Deus projetou.
Eu sempre costumo dizer que, para entender a Deus, deve-se entender bem o homem, pois Ele nos fez à Sua imagem e semelhança. Se você pensa, por exemplo, em fazer um almoço na sua casa – você já pensou no prato, em como tudo vai ser feito – e alguém fica querendo fazer diferente, dando palpites, ajuda ou atrapalha? Atrapalha. Por quê? Porque você, na verdade, já sabe como vai ser o almoço no fim. A dona de casa já viu, na sua mente, o almoço pronto, a batatinha frita, a salada, a mesa toda arrumada. Ela já pensou até na cor do forro da mesa. Deus também tem todo o Seu projeto elaborado e nele não é admitida a interferência de ninguém, por mais que Ele nos ame.
Fazia parte do projeto chamar a Abraão. “Sai-te da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei”.13 Poderia Abraão fazer diferente? Daria certo, dizer: ”Não Senhor! Eu quero essa terra, mas não posso deixar minha parentela de jeito nenhum!” Vocês acham que Deus concordaria com isso? De forma alguma! Mas Abraão, o que fez? Fez da maneira como Deus mandou e, mesmo sem alcançar a terra prometida, morreu na esperança de alcançá-la. Na sua mente, na sua cabeça, Abraão imaginava o quanto essa terra deveria ser tremenda e ninguém tirava isso dele. E o mais interessante é que Deus também sabia que a terra prometida a Abraão não seria alcançada por ele ainda nesta carne.
Em uma de suas cartas, o apóstolo Pedro diz: “Nós, porém, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e uma nova terra, nos quais habita a justiça”.14 Vejam como Pedro entendeu o projeto de Deus. Estava também na sua mente o propósito de Deus. Não queiram salvar algo que, no projeto de Deus, já foi descartado.
É como uma casa velha que deve ser derrubada, destruída, a fim de que outra seja construída. Vocês estão entendendo? Se não tivermos isso muito vivo dentro de nós, no nosso sangue, qualquer um pode mudar o nosso entendimento. Pedro preferiu ser crucificado de cabeça para baixo a ter que negar a sua fé. Amém? Apenas Deus, Idealizador, Autor do projeto é quem sabe e pode também nos fazer entender isso. Vocês concordam? Então, não tem como o homem querer passar à frente de Deus e fazer as coisas à sua maneira.
Jesus Cristo é o Senhor, Jesus Cristo é Deus! Como eu estava dizendo, nem todas as pessoas concordam com isso, mas ninguém nega que Deus é o Autor, o Arquiteto de tudo. Ele próprio admitiu: “Eu sou o alfa e o ômega, o princípio e o fim”.15 Ora, quem poderia ser o princípio e ao mesmo tempo conhecer o fim, muito embora ele não tenha chegado? Tudo está na cabeça Dele, mas o projeto ainda está em execução.
Por exemplo: vocês acham que o novo homem que Deus criou já está pronto? Não! Esta é uma parte do projeto que ainda está em execução e por isso estamos aqui, pelejando para fazermos todos entenderem um pouco mais a respeito de Deus. Assim, estaremos preparando o novo homem, a quem Deus, novamente, entregará o governo da terra.
Não apenas Deus, mas o próprio homem verá que isso é bom. Acaso Deus poderia confiar neste homem de hoje, injusto, egoísta? Não poderia! Mas os herdeiros, os filhos de Deus, já foram vistos por Ele. Só serve o homem da maneira como Deus idealizou: justo, santo, sem pecado, perfeito, que se encaixará perfeitamente na Sua construção.
Então, para entender que últimos dias seriam esses, imaginemos os dias da semana e decifremos esta parábola. O sábado é o sétimo dia. Temos, assim, a semana se iniciando no dia de domingo. Depois vem a segunda, a terça, a quarta, a quinta, a sexta e, por último, o sábado. Ora, se a quarta-feira fica no meio da semana, concluímos que os três primeiros dias (domingo, segunda e terça) são os dias do início. Esses dias não podem fazer parte dos últimos, certo? Pensem bem: quais são os últimos dias da semana? São os que vêm depois da quarta-feira, que está localizada exatamente no meio da semana (quinta, sexta, sábado), não é assim?
Vocês concordam? Estamos explicando o natural para entendermos o espiritual. Os últimos dias só podem ser esses três últimos. Como estávamos dizendo, a quarta-feira estaria no meio da semana. Cada dia desse marca um tempo. Eu não quero me estender muito nisto, mas vamos analisar o tempo a partir do momento em que Jesus Cristo veio.
É de fundamental importância compreendermos este detalhe. A profecia do profeta Joel, à qual nos referimos, está se cumprindo nos últimos dias, não é assim? Então, já no tempo dos apóstolos, estávamos vivendo os últimos dias. “E acontecerá nos últimos dias...” Vocês estão convencidos disto? O que aconteceria nos últimos dias, não teve o seu início ali, nos dias de Pentecostes?
Quando, então, Jesus teria vindo? Um pouco antes, mais ou menos no quarto dia, como se fosse a quarta-feira da semana. Para ser mais preciso, na passagem da quarta para quinta-feira, durante a madrugada, momento de maior escuridão do dia. Por isso as Escrituras afirmam que “... o povo que estava sentado em trevas viu uma grande luz; sim, aos que estavam sentados na região da sombra da morte, a estes a luz raiou”.16 Esses dias já são parte dos dias do fim. É a consumação dos séculos. Paulo, a respeito desses dias, se referiu em sua carta aos gálatas, dizendo que Deus havia enviado o Seu filho, porque era vinda a plenitude dos tempos.17
De que forma o povo se encontrava guardando o Dia do Senhor, nos dias de Jesus? Por não compreender, por não entender a lei, o povo guardava o sétimo dia como se fosse o último dia da semana, ou seja, o sábado. O natural é apenas para explicar, mas há pessoas que até hoje entendem que é mesmo desse dia que as Escrituras se referem como sendo o Dia do Senhor.
Chegava-se a cometer coisas absurdas, imaginando que seria este um dia de descanso físico, quando nem mesmo o próprio Senhor descansava do Seu trabalho. “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também”.18 Ai de quem necessitasse de ajuda, de socorro, de auxílio de alguém naquele dia!
Será que é a vontade de Deus que descansemos no sábado, alheios ao trabalho determinado por Deus, simplesmente porque se trata do sétimo dia da semana? Seria este o espírito da lei? Não, não era, tanto é que Jesus fazia o que tivesse que fazer, mesmo no sábado. Por isso foi perseguido. Mas, na realidade, que mal teria curar um enfermo, como foi o caso do homem que achava-se enfermo há trinta e oito anos?19 Ou ainda, como foi com aquela mulher, filha de Abraão, que há dezoito anos andava encurvada, presa por Satanás?20 Viram como a religião, muitas vezes, se torna prejudicial?