“1
Eis que vem um dia do Senhor, em que os teus despojos se repartirão no
meio de ti.
2 Pois eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém;
e a cidade será tomada, e as casas serão saqueadas, e as mulheres
forçadas; e metade da cidade sairá para o cativeiro mas o resto
do povo não será exterminado da cidade.
3 Então o Senhor sairá, e pelejará contra estas nações,
como quando peleja no dia da batalha.
4 Naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras,
que está defronte de Jerusalém para o oriente...”
Então,
temos aqui uma profecia. Parece complicada, mas, depois que explicarmos, vocês
verão o quanto ela é simples. A primeira pergunta que devemos
fazer é: o que é despojo? Aí está no plural: “despojos”.
Para entender, vamos imaginar uma guerra. Quando ela termina, o que acontece?
Quem venceu, tem o direito de ficar com o que pertencia ao vencido. Quem tivesse,
por exemplo, uma pulseira e perdesse a guerra, a quem ela passaria a pertencer?
Ao vencedor, não é assim? Se tivesse um relógio? Da mesma
forma! Seria propriedade de quem houvesse vencido.
Então, aí afirma que Deus mesmo ajuntaria todas as nações
para lutarem contra Jerusalém, que simboliza a igreja, o povo de Deus.
Pensem bem no que Deus está falando conosco. Quanto mais se aproxima
o dia da volta do Senhor, mais veremos a Palavra de Deus se cumprir, mais ela
se tornará clara, mais ela se tornará nítida, logicamente,
para quem não estiver dormindo.
Observem que o Senhor avisa a igreja que ajuntaria todas as nações
para pelejarem contra ela. A igreja (Jerusalém) seria tomada, saqueada,
forçada a fazer o que seria contra a sua vontade. Parte dela se tornaria
cativa, mas haveria alguns, um resto, apenas um resto que, juntamente com Ele,
haveria de vencer a guerra que o próprio Deus de antemão preparou.
“Eis que vem um dia do Senhor, em que os teus despojos se repartirão
no meio de ti”. Os nossos despojos foram repartidos e olhem o lugar onde
isso aconteceu! Não entre estranhos, mas entre nós, o lugar onde
a batalha está se desenvolvendo. Os nossos despojos! Coisas que nos foram
arrancadas – nossos bens – que eram, portanto, preciosos para nós,
os inimigos levaram durante ou após a guerra.
Fomos privados dos nossos direitos, das nossas posses, tivemos que nos despir
do nosso orgulho, vaidade, ambição, honra, amor próprio,
desejos e paixões mundanas; caso contrário, não poderíamos
vencer, não subiríamos com Ele no pódio. (Quando iremos
entender que isto é um bem e não um mal, Senhor?)
Nesta profecia é afirmado que viria um dia em que os nossos despojos
seriam arrancados de nós, ou seja, aquilo que nos pertence e que não
queremos abrir mão. Se não queremos abrir mão, é
porque têm algum valor, certo? Parece uma contradição, mas
Deus está ajuntando todas as nações para pelejarem contra
Jerusalém. Mas, ao mesmo tempo, Ele garante que ficará do lado
dela.
Prestem atenção no que eu vou dizer: Deus, realmente, necessita
fazer isto. Daqui a pouco vocês entenderão o motivo pelo qual eu
faço essa afirmação. Quando tudo isso teve início?
Já vimos que foi com a vinda de Jesus Cristo. As Escrituras afirmam que
Ele veio para o que era seu, mas os seus não O receberam.30 Em outras
palavras, Jesus ficou sozinho, meus irmãos! O pouco que Ele possuía
– materialmente falando - foi dividido. Querem ver?
“23 Tendo, pois, os soldados crucificado a Jesus, tomaram as suas
vestes, e fizeram delas quatro partes, para cada soldado uma parte. Tomaram
também a túnica; ora a túnica não tinha costura,
sendo toda tecida de alto a baixo.
24 Pelo que disseram uns aos outros: Não a rasguemos, mas lancemos sortes
sobre ela, para ver de quem será (para que se cumprisse a escritura que
diz: Repartiram entre si as minhas vestes, e lançaram sortes). E, de
fato, os soldados assim fizeram. (João 19)
Ao morrer,
enrolaram-No num lençol. Nem mesmo a uma sepultura teve direito; foi
sepultado entre os ímpios, despojado de todos os valores humanos: amor
próprio, orgulho, vaidade. Pelo contrário, humilhou-se a si mesmo.
Até mesmo os apóstolos, quando Ele mais necessitou, dormiram:
“A minha alma está triste até a morte; ficai aqui e vigiai
comigo”.31 Pensem bem! Jesus, sozinho, pelejou contra todas as nações
e as venceu, para que depois ninguém pudesse dizer: “Você
venceu porque eu ajudei!” Amém! Ele foi o único que ressuscitou,
que venceu a morte e fez conosco uma nova aliança. Apenas após
vencer é que pôde dizer: “Quem crer e for batizado será
salvo; mas quem não crer será condenado”.32 A partir de
então, todos tiveram de crer Nele: os apóstolos, Sua mãe,
Seus irmãos.
Mas, o que isto tem de relevante para nós? É que, qualquer pessoa
que se colocar do lado Dele, vai passar pela mesma situação, ou
seja, os nossos despojos também serão repartidos. Quem aqui está
apto para passar por tudo o que Ele passou? No Reino de Deus não tem
lugar para vaidade, orgulho, soberba etc. E se não cedermos, perderemos
a guerra. Qual foi a orientação que Jesus nos deixou? Alguém
se lembra?
“38
Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente.
39 Eu, porém, vos digo que não resistais ao homem mau; mas a qualquer
que te bater na face direita, oferece-lhe também a outra;
40 e ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também
a capa;
41 e, se qualquer te obrigar a caminhar mil passos, vai com ele dois mil.
42 Dá a quem te pedir, e não voltes as costas ao que quiser que
lhe emprestes.
43 Ouvistes que foi dito: Amarás ao teu próximo, e odiarás
ao teu inimigo.
44 Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos
perseguem...”(Mateus 5)
É
fácil! Não, não é! Muitas pessoas, que se dizem
cristãs, não aceitam ser despojadas; não suportam uma “injustiçazinha”.
Mas eu digo: não resista! Se resistir é pior! Fizeram o que quiseram
com Jesus, mas quem venceu? Onde estão aqueles que O humilharam, O crucificaram,
O injustiçaram? É assim que também vamos vencer! Creia
nisto! Há alguns dias atrás, quando eu estava meditando nesta
profecia, a Juliana teve uma visão interessantíssima a este respeito.
Eu gostaria que ela contasse como foi.
- Havia um pódio e, sobre ele, várias estrelas, cada qual com
um brilho diferente. Mas, entre elas, havia uma que ocupava o lugar mais alto,
reservado para o primeiro lugar. Essa estrela era maior do que as outras e tinha
um brilho muito forte. Desse lugar, abaixo da estrela maior, saía uma
lista muito grande, contendo vários nomes. Vi que o primeiro nome era:
Jesus Cristo. Depois, apareciam outros nomes: Mateus, Marcos, Pedro, João,
Paulo, Abraão, Moisés etc. De repente, começou a aparecer
o nome do pessoal da reunião. Eu pensava: “Graças a Deus
porque o nome do nosso povo está aqui”. Por trás do pódio,
apesar de ser noite, era como se houvesse terminado uma guerra: várias
pessoas mortas, cavalos com lanças atravessadas no peito, armas espalhadas
pelo chão, destroços de casas amontoados e muito silêncio.
Então, imaginem um pódio. Pódio é aquele lugar onde
os vencedores recebem a premiação, como nas Olimpíadas,
por exemplo. Nesse pódio, havia várias estrelas, mas uma, que
ocupava o primeiro lugar, reluzia mais do que as outras, não foi assim?
A Juliana não disse esse detalhe hoje, mas eu me lembro bem que, no dia
em que ela teve a visão, afirmou que tanto de um lado, quanto do outro,
havia muitas, muitas estrelas, perdia-se de vista, tamanha era a quantidade.
Pensem agora numa impressora imprimindo em formulário contínuo...
Tinha uma numeração: um, dois, três, e assim por diante,
mas o primeiro nome da lista foi Jesus Cristo. (Amém!) Depois do Dele,
apareciam outros nomes.
Do outro lado, por trás do pódio, era como se houvesse terminado
uma guerra: corpos, armas, cavalos, todos espalhados pelo chão. Eram
os despojos! Cada estrela dessa no pódio simboliza um de nós (Aleluia!),
mas ninguém vai subir nele sem antes passar por esta guerra e ser despojado.
Apenas quem deixar para trás todos os seus valores, todo amor próprio,
todo orgulho, toda vaidade é quem vai vencer. Perderá tudo o que
tiver aqui, mas, em contrapartida, ajuntará para si um tesouro no céu.
(Nos faça compreender isto, Jesus!)
O apóstolo afirmou: “Não sabeis vós que os que correm
no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só é que
recebe o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis”. 33 O primeiro
lugar, com todos os méritos, já foi conquistado; mas, o que nós
queremos, realmente, é subir no pódio. Não nos interessa
quem vai estar assentado à esquerda ou à direita, interessa sim
é estar lá, é vencer! Vocês concordam? Pode ser lá
na ponta, bem no cantinho, no último lugar.
Mas, se entramos nessa guerra achando que não vai dar, que não
vamos vencer, a derrota é praticamente certa. Vamos correr de tal forma
que alcancemos o primeiro lugar, mas, se não for possível, amém.
É para que ninguém se acomode! Estamos no caminho certo! É
entre nós mesmos que os nossos despojos serão repartidos: cada
dia um vem e nos arranca alguma coisa que consideramos valiosa. “Quem
achar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor
de mim achá-la-á.” Continuando a leitura:
“3 Então o Senhor sairá, e pelejará contra estas nações, como quando peleja no dia da batalha.”
Observem
que o mesmo Deus que ajuntou todas as nações contra Jerusalém
foi o que se colocou ao lado dela. (Que bom que Ele não nos deixará
sozinhos!) Esta batalha, então, não teria começado exatamente
quando Jesus Cristo entendeu que a Sua hora tinha chegado? Que Ele teria vindo
ao mundo justamente para atear fogo a esta contenda? Não estava por acaso
ali tendo início o Reino de Deus, o Dia do Senhor, para o homem? Já
não estavam os Seus pés sobre o Monte das Oliveiras?
Sim, estava sendo constituído por Ele e por quantos viessem a segui-Lo,
dando assim ouvido à Sua pregação. Não teria sido
esta uma declaração de Deus de que estava decretado o aviso final
à humanidade? Vamos ler algumas passagens a este respeito.
“15
E disse-lhes: Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura.
16 Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer já
está condenado”. (Marcos 16)
“18
E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade
no céu e na terra.
19 Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os
em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
20 ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que
eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”.
(Mateus 28)
E ainda:
“37 Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas,
apedrejas os que a ti são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os
teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e não
o quiseste!
38 Eis aí abandonada vos é a vossa casa.
39 Pois eu vos declaro que desde agora de modo nenhum me vereis, até
que digais: Bendito aquele que vem em nome do Senhor”. (Mateus 23)
Conforme
esta afirmação, o povo de Deus havia deixado de existir, porque
o próprio Deus, através dos profetas que foram enviados, não
conseguiu ajuntar, ou seja, separar para si um povo. A casa de Deus encontrava-se
abandonada e vazia. O povo, pelas razões já expostas, achava-se
perdido, sem saber o que fazer para agradar a Deus. Cada um estabelecia a sua
justiça e seguia o seu próprio caminho. Total escuridão!
Vem, então, com isto, o julgamento, a sentença determinada por
Deus de como seria a partir dali: “Pois eu vos declaro que desde agora
de modo nenhum me vereis, até que digais, bendito aquele que vem em nome
do Senhor”.34 Jesus Cristo é o Senhor! Quem não reconhecer
isto jamais poderá vê-Lo novamente. Desta vez não tem como
pensar em falha ou engano, o próprio Deus veio para realizar a obra.
Eu sempre digo que a Palavra de Deus é para a igreja e não para
o mundo. Para nós, o Dia do Senhor já começou, certo? Nós
somos luz e não o mundo. Portanto, não se assuste ao tomar conhecimento
do que está profetizado a respeito da igreja. Há coisas boas e
coisas ruins para acontecerem, ou melhor, coisas que imaginamos serem ruins,
como é o caso dos despojos que nos serão tirados.
Dessa forma, quem realmente estiver entendendo, estará pronto tanto para
as coisas boas, quanto para as ruins. Não fique apenas esperando bênçãos
e mais bênçãos, senão você não vai entender;
vai ficar apenas na ilusão. Vamos citar um exemplo de algo bom que acontecerá
com a igreja: O Senhor, realmente, passará a reiná-la. Foi o que
acabamos de ler. De onde podemos extrair esta conclusão? Observem este
trecho: “Naquele dia os seus pés estarão sobre o monte das
Oliveiras...” (Como isto é tremendo!)
Observem só a importância da igreja alcançar o que lhe está
previsto: Deus passou a reiná-la; os pés Dele estarão sobre
o Monte das Oliveiras. Isto quer dizer que Deus será presente no meio
do Seu povo. (Que vitória!) Não foi nada fácil, mas Deus
passou a reinar. Pensem bem! Quando Jesus chegou, encontrou um mundo religioso,
apegado às tradições, guardando a lua nova, os sábados,
as assembléias solenes, mas que não conhecia Deus.
Mesmo assim, mesmo diante de tantas dificuldades, oposições, com
a chegada de Jesus houve também o início do Dia do Senhor. Em
compensação, trouxe um problema enorme, qual seja: houve rachaduras,
divisões. O Monte das Oliveiras foi fendido pelo meio, formaram-se vales.
Ele mesmo disse que não veio trazer paz à terra, mas espada.35
Vamos ler novamente esse trecho da profecia de Zacarias:
“4... o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, do oriente para o ocidente e haverá um vale muito grande; e metade do monte se removerá para o norte, e a outra metade dele para o sul.”
Mas, o que
realmente importa é que, apesar de toda essa divisão que foi causada,
Deus fixou os Seus pés sobre o monte e passou a reinar. O Reino de Deus,
para os habitantes da terra, tinha o seu início. Não se esqueçam
disso! Quando Deus passa a nos reinar, o Dia do Senhor chegou para nós.
Eu sempre oriento as pessoas a fazerem a seguinte oração: “Senhor,
dirija o meu coração, ensine o caminho que eu tenho que andar”.
Esta é a oração de quem está buscando o reino, o
governo de Deus. Quando Jesus visitou a casa de Zaqueu, afirmou ter chegado
a salvação àquela casa. Isto porque a casa O havia recebido,
O havia aceitado, o que é perfeitamente perceptível pela atitude
de Zaqueu.36
Quando nos convertemos ao Senhor, entregamos a Ele também os nossos caminhos,
as nossas vidas. Aí sim, começamos a enxergar o que está
certo e o que está errado, a discernir o bem do mal, porque o dia chegou
para mim e eu já posso ver, já não estou em trevas, na
escuridão. Se não tivermos muito cuidado, aquele ciclo que explicamos
acaba se cumprindo em nossas vidas: a luz vai declinando e, novamente, estaremos
mergulhados nas trevas. (Que Deus tenha misericórdia de nós!)
Eu creio que agora vocês já são capazes de compreender o
que estamos querendo dizer. Passaram-se dois mil anos da vinda de Cristo e as
Escrituras dizem que, para Deus, mil anos é como um dia e um dia como
mil anos.37 Ou seja, passaram-se dois dias, que correspondem a dois mil anos.
Agora sim, efetivamente, estaria começando o Dia do Senhor propriamente
dito. Este milênio que começamos a viver, se considerarmos a semana
do tempo que imaginamos, é o sétimo dia, o sábado, onde
tudo o que ainda não aconteceu, acontecerá. Pelo menos é
o que conseguimos ver com um pouco de luz que temos. Resta agora o Senhor dar
o Seu testemunho.
Até então, Satanás reinava a terra porque a ele foi dado
esse direito.38 Não havia ninguém capaz de contrariar a sua vontade,
até que Jesus faz isto, vence-o, resiste-o, fazendo a vontade de Deus.
Então, o expulsa. Pronto, um homem, pelo menos um, estava sob o governo
de Deus, em condições de expulsar Satanás.
O governo de Deus, então, começou reinando as pessoas individualmente:
primeiro Jesus, depois um apóstolo aqui, outro ali, mas ainda falta muito,
pelo que nos parece, para que isto venha a ocorrer com um povo. Reinar uma pessoa
é uma coisa, mas reinar um povo é diferente. Mas cremos que isto
já começa a acontecer, ou pelo menos dessa forma é que
pode ser compreendido, querem ver?