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HABITANDO EM TENDAS

Era costume entre o povo de Deus habitar em tendas. Você já parou para pensar no porquê desta opção? Será que já não eram conhecidas técnicas mais avançadas de construção? Claro que sim. Nem mesmo Abraão, com toda sua riqueza, tinha uma habitação permanente. Havia algo de errado com ele? Não, na verdade isso foi, como sempre, uma figura usada por Deus para nos fazer compreender que vivemos na terra, provisoriamente, apenas o tempo da nossa peregrinação.
“Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, saindo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia.
Pela fé peregrinou na terra da promessa, como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa;
porque esperava a cidade que tem os fundamentos, da qual o arquiteto e edificador é Deus”.(Hb 11:8-10)
Vamos seguir o mesmo exemplo, habitando em tendas, até que cheguemos nessa cidade que tem fundamentos. Eles ainda aguardavam a promessa do Senhor que lhes houvera prometido uma terra que manava leite e mel. Caso construíssem uma habitação definitiva, aquilo poderia lhes prejudicar.
Depois de tanto investimento, ficaria difícil abandonar aquilo e seguir adiante. “Eu, continuar caminhando e largar tudo o que construí? De maneira alguma!” Certamente pensaram: “Eu não vou construir aqui; vou apenas erguer uma tenda até eu chegar na terra que Deus nos prometeu”.
Hoje, o que simboliza a cidade que Deus está edificando? Não é a Jerusalém Celestial, a qual já nos referimos? Ela é Celestial não porque existe fisicamente no céu, mas sim porque as pessoas que a constituem formam um povo que não pertence a este mundo, são cidadãos do céu. Quando olharmos para um povo e observarmos que ele não tem defeito, ou que se esforça para não pecar, ou ainda, que luta contra o pecado é um bom sinal de que encontramos o caminho da Jerusalém Celestial, igreja santa, imaculada, sem macha e sem ruga, bem como os nossos concidadãos, edificados sobre o mesmo fundamento.
A tenda, na verdade, também é uma parábola. O Senhor está falando mesmo é a respeito da vida neste corpo. A terra prometida, por sua vez, simboliza o Reino de Deus. “E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor durante o tempo da vossa peregrinação” (1Pe 1:17-21).
Então, é tempo de fazermos um exame de consciência e vermos o quanto e onde temos edificado. Será que já chegamos à estatura de varões perfeitos? Ainda não. Então, continuamos caminhando. Já alcançamos o padrão de vida estabelecido por Deus? Se a resposta for negativa, continuemos. Admitimos ser pessoas sem mancha, sem mácula, sem ruga? Não! Então, prossigamos. Qual de nós está apto para o Reino de Deus? Examinemo-nos a nós mesmos, sondemos a nossa própria consciência.
É preciso muito cuidado para não perdermos todo o nosso tempo edificando numa terra que não nos pertence. De repente, vamos achar que apenas uma barraca não resolve e começar a investir numa obra mais duradoura. Não edifiquemos para nós um tesouro na terra, porque certamente dificultará ainda mais a nossa pretensão de chegar à Jerusalém Celestial. Muito pelo contrário, o conselho de Deus é para que nos desfaçamos de tudo que possa nos causar embaraço.
“Vendei o que possuís, e dai esmolas. Fazei para vós bolsas que não envelheçam; tesouro nos céus que jamais acabe, aonde não chega ladrão e a traça não rói.
Porque, onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”.(Mt 6:33-34)
Não podemos nos esquecer que somos forasteiros, que vivemos em terra estranha. Com certeza, teremos muito menos trabalho se habitarmos em tendas, contentando-nos com as coisas simples. Será, inclusive, muito prudente da nossa parte, haja vista as dificuldades dos últimos dias.
Dessa forma, independentemente das coisas que haverão de vir sobre todos os habitantes da terra, basta dobrá-la, colocá-la debaixo do braço e pronto. Essa habitação é própria de quem tem consciência de que é nômade, que hoje pode estar num lugar e amanhã, noutro. A qualquer hora dessas, podemos dormir e acordar na Jerusalém Celestial, muito embora, pela fé, já estejamos nela. Assim, mesmo sem o conforto e o luxo de outras habitações, não nos sentiremos prejudicados, tendo em vista o que nos espera.
Não podemos parar. No momento em que dissermos: “Não acredito!”, acabou. Numa das apostilas que escrevemos, quando andávamos em busca do povo de Deus, o que encontramos? Em todos os lugares em que íamos encontrávamos um povo corrompido, sem misericórdia, sem temor de Deus, que não tinha fome e sede de justiça.
Então, começamos a peregrinar em busca desse povo, em busca da igreja perfeita, edificada sobre os fundamentos dos apóstolos e dos profetas, o qual é Jesus Cristo. Eu acredito, sinceramente, que foi para isso que o Senhor nos chamou, para que, juntos, não apenas buscássemos, mas fôssemos essa igreja.

“E acontecerá nos últimos dias...” (At. 2:17).

Visão: “Havia um relógio de pulso. Eu corria e pulava dentro dele. Logo em seguida, saía num lugar, no pico de um monte, próximo ao céu, que se encontrava bastante estrelado. Por todos os lados havia tendas brancas. Reparando as pessoas, notei que tinham um semblante que transmitia muita paz. Suas roupas, por sua vez, eram de um material semelhante a panos de saco. De repetente, é como se todos os irmãos aparecessem naquele lugar, e oravam”.

O relógio de pulso simboliza o tempo. Não estaria Deus nos alertando que está na hora da igreja viver da maneira como Ele tem nos ensinado? Quando ela entrou no relógio, onde foi que apareceu? Num monte, próximo do céu. Esse é o monte de que tanto falamos, o Monte Sião, a casa de Deus, a Jerusalém Celestial.
A maneira como habitavam lá, foi a mesma como habitaram aqui; a forma como se vestiam lá, foi a mesma como se vestiram aqui. Ou seja, a vida que viveremos no Reino de Deus é apenas uma continuação da que vivemos hoje. As vestes de pano de saco simboliza a simplicidade, a humildade. As tendas brancas, por sua vez, demonstram o nível de santidade que alcançaram, quando ainda habitavam neste corpo.
Foi este o lugar onde Pedro esteve e não mais quis sair de lá, da presença de Deus, dos anjos, dos espíritos dos justos aperfeiçoados, como foi Moisés e Elias, irmãos que lá já se encontravam. “Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui três tendas, uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias”. (Mt 17:3). Amém.