O QUE ME FALTA PARA SER CRISTÃO
Se temos como caminho e Senhor a Jesus Cristo, o filho de Deus, é a Ele que devemos ouvir; é de sua vida, toda ela pautada de ensinamentos e lições, que vamos fundamentar nossas decisões. Seus dias foram caracterizados por fatos que ilustram o cotidiano de um homem que, por sua lisura de caráter, jamais poderia viver neste mundo habituado ao engano, à mentira, à falsidade, a lisonjas e a tudo que não procede de Deus.
A verdade é oposta a tudo isto. Se nós optarmos por ela, seremos, por força de circunstâncias, declarados inimigos deste sistema. A luz é a verdade; e está se apagando. Infelizmente, não se consegue nada neste mundo dizendo a verdade. Não se elege, não se governa, não se vende, não se compra, não se casa e assim por diante. A sobrevivência do homem que se posiciona ao lado dela está seriamente ameaçada.
Não é mais necessário ser conhecedor das Escrituras Sagradas para certificar-se do que estamos falando. O mundo está sendo convencido do pecado, mesmo sem o testemunho da Palavra escrita.
Se vemos assim e permanecemos calados, estaremos nos omitindo e impedindo o mover de Deus em nosso favor.
“Tendo, porém, o mesmo espírito de fé, como está escrito: Eu cri, por isso falei, também nós cremos, por isso também falamos (II Coríntios 4:13)”.
Nós, que temos este espírito não vamos conseguir ficar calados.
Estaremos versando, ao longo deste trabalho, sobre um assunto que deverá ser analisado e tratado sem ideologia, sem paixão religiosa, sem vínculo denominacional, e sem nada que possa ser capaz de perturbar ou que venha prevalecer sobre o nosso juízo. O nosso conceito, para nós, neste aspecto, terá valor superior a qualquer outro. Não deverá existir nenhuma doutrina ou filosofia de vida produzindo influências em nossa mente para que possamos, ao final, estar em condições de, sem coação, sem hipocrisia, negar ou afirmar, sobriamente: sou cristão, adepto da doutrina de Cristo.
Era esta a posição dos CRISTÃOS no tempo em que foram capazes de suportar provas por causa do nome de Jesus.
Por que será que Pedro permitiu ser crucificado de cabeça para baixo? Por que Estevam teria aceitado passivamente ser apedrejado até a morte? Qual a razão de Paulo não se opor a tantos sofrimentos os quais culminaram com sua decapitação? Se continuássemos citando, teríamos que mencionar todos os cristãos, uns menos, outros mais, isto em função do papel para o qual foi chamado a exercer no corpo de CRISTO.
Jesus foi o primeiro. Chamado para ser o Cristo, o Senhor, para tomar o lugar relativo à cabeça do corpo, sofreu o que nenhum outro poderia sofrer. Ninguém jamais padeceu como Jesus; e é bom lembrar que padecimento envolve dores, não somente físicas, mas também morais; e estas, em razão da justiça daquele que sofre, tem um cunho de sofrimento de proporções bem maiores.
Nós não temos condições de avaliar as dores de Jesus a não ser participando delas. De uma coisa tenho certeza; a conclusão que vamos chegar é que Ele sofreu sem medida por nossa causa.
É inútil ao homem querer pintar um quadro ou criar uma imagem que possa transmitir as dores de Cristo, como se vê durante a chamada semana santa, que de santa nada tem, e que, pelo contrário, acaba mostrando que Maria, a mãe do corpo físico de Jesus, teria sofrido mais do que Ele. Isto porque nós avaliamos os fatos pela aparência e não pela justiça. Caso contrário, veríamos que o que ocorre durante aquela semana, não passa de encenações, coisas utilizadas pelo anticristo para nos manter cativos. Mas qual então teria sido o objetivo do anticristo? Promover a mãe de Jesus? Mostrar, na realidade, o sofrimento de Cristo? Não! Sua intenção foi bastante diferente. Explorando o nosso sentimento, ele conseguiu desviar do caminho um número incontável de pessoas que, por uma razão ou outra, resistiram e ainda resistem ao Evangelho.
Cada dia mais, o mundo vai se distanciando da verdade. Teríamos aqui inúmeras citações proféticas que mostram isto, mas limitamos apenas a esta, do Apóstolo e Profeta Paulo: “Porque virá tempo que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres, segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas (II Timóteo 4:3-4)”.
Paulo não adivinhou, ele profetizou e isto não demorou muito a acontecer. Logo começaram a ser introduzidas, na verdadeira doutrina, as fábulas (mentiras), coisas fabulosas, mas que não condizem com a verdade.
O importante de tudo é aprendermos a lição observando quais foram ou quais teriam sido os pontos visados por satanás. Qual foi a intenção dele ao introduzir o culto à Maria entre os católicos? Será que, no início dessa façanha, houve aceitação maciça como atualmente acontece entre os católicos? Ou este mal foi aumentando gradativamente até chegar ao que temos hoje, ou seja, uma infinidade de “santas” com nomes diferentes, simbolizando a mãe de Deus?
Quando isso aconteceu, ninguém poderia imaginar, quero crer, entre os católicos, que tão simples coisa viesse se transformar em um mal terrível. Milhões de pessoas estão impedidas hoje de conhecerem o verdadeiro caminho por causa desta mentira.
Se nós tivéssemos permanecido na verdade, não menosprezando os ensinamentos de Jesus e dos Apóstolos, teríamos visto que o Evangelho nos alertava para este fato. Por diversas vezes o Senhor Jesus falou a respeito da doutrina dos fariseus, e ninguém dá a devida importância, no entanto, é ela responsável por tudo isto.
Ele chamou nossa atenção para o mal que ela nos causaria. Em Mateus 15:7-9, disse o Senhor: “Hipócritas! Bem profetizou Isaias a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens”. Chamamos atenção para as palavras grifadas.
Jesus estava voltado para as Escrituras e, como não era cego, pôde observar que o comportamento daqueles homens não correspondia à realidade da palavra de Deus. Deu crédito aos vaticínios do profeta Isaias; e com autoridade e segurança fez a afirmação que acabamos de transcrever.
A nossa preocupação hoje é que nos tem faltado exatamente este bom senso que Jesus teve. Devíamos dar mais atenção ao que Ele falou, estudar a sua doutrina, conhecê-lo através de suas palavras, afinal de contas, não é Ele o Senhor? Não são suas palavras Espírito e Vida? Não lhe pertencem as palavras de vida eterna? Não é a Ele que devemos ouvir? “Este é o meu filho amado em quem me comprazo: a Ele ouvi (Mateus 17:5)”. Não é assim que dizem as Escrituras?
Os Apóstolos entenderam isto muito bem. Um exemplo que temos, dentre outros, está em Atos 5:28-29 quando os discípulos de Jesus enchiam Jerusalém da doutrina de Cristo e, sendo admoestados, responderam: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens”. O que deixa patente estarem eles convictos de que ensinar a doutrina de Cristo tratava-se de um mandamento de Deus.
Voltando às palavras proféticas de Isaías, façamos a nós mesmos algumas perguntas:
– Não existe mais a doutrina dos fariseus?
– Estaríamos nós em condição de distinguir a doutrina de Cristo das demais doutrinas?
– Apesar da existência de várias doutrinas, por que teria Jesus se preocupado mais com a dos fariseus?
– Quais seriam os fundamentos, a base dessa doutrina?
Que o Senhor entenda a nossa dificuldade, as nossas limitações e, pela sua misericórdia, abra os nossos olhos para um entendimento correto e nos inspire a proporcionar, através destas respostas, algum incentivo àqueles que porventura estejam dispostos a lutar ou permanecer na luta pela manifestação da verdade; lembrando da promessa que o Senhor nos fez: “…Aquele que me confessar diante dos homens, também eu confessarei diante de meu pai que está nos céus; mas aquele que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai que está nos céus (Mateus 10:32-33)”.
No dia da manifestação dos Filhos de Deus, não tenho dúvida que o Senhor irá recompensar aqueles que guardarem a sua palavra, porque Ele mesmo determinou que a sua justiça fosse dada aos que acreditam em Jesus.
Não importa o grau de conhecimento humano, não importa seu índice cultural, se você acreditar no que Jesus falou, será justificado e isto de fé em fé. Cada vez que você não nega uma sua palavra, receberá dele justiça, melhor consciência, capacidade de julgar de conformidade com a palavra de Deus, ou seja: estará se tornando santo, justo diante de Deus e nem sempre diante dos homens que, pelo contrário, podem até crucificá-lo também.
É com este espírito de justiça que nós nos sentimos encorajados a permanecer nesta luta pela verdade. Queremos ser testemunhas do Senhor Jesus, embora tenhamos que reconhecer ser bastante árdua a tarefa, e que aqueles que nela se engajam, devem negar-se a si mesmo. “Mas, ainda que venhais a sofrer por causa da justiça, bem aventurados sois. Não vos amedrontais, portanto, com as suas ameaças, nem fiques alarmados; antes santificai a Cristo, como Senhor, em vossos corações, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós, fazendo-o, todavia, com mansidão e temor,… (1ª Pedro 3:14-16)”.
O Senhor nos deu o Espírito Santo, o consolador, ele estará sempre conosco e em nós.
Não existe outra maneira de expressar o amor de Deus a não ser através de Cristo. “Quem não honra o filho não honra o pai que o enviou (João 5:23)”. Foi exatamente aqui que os fariseus se esbarraram, tropeçaram na doutrina que veio do céu.
Jesus não pedia para que eles fizessem alguma coisa, mas que acreditassem no que ele falava porque era o suficiente para se tornar nova criatura, para se obter a vida eterna. Mas havia naqueles homens alguma coisa que os impedia de concordar com Ele. A palavra veio para fazer separação, para realizar juízo sobre a terra. O fato é que eles ficaram surpresos com as afirmações de Jesus e como se tratava de declarações que não se podia entender com os olhos da razão, tais como: nascer de novo; o Pai me conhece a mim e eu conheço o Pai; eu e o Pai somos um, e assim por diante; resolveram não concordar com Ele, trazendo para si mesmos a condenação e confessando, publicamente, através de seus atos, que eram cegos, sem contudo reconhecer.
Se estivessem reconhecido, não teriam pecado, mas exatamente por causa deste orgulho, pecaram.
O Evangelho, doutrina de Cristo, continua realizando juízo, “quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado (Marcos 16:16)”. Se nós deixássemos de lado o orgulho, o alto conceito que atribuímos a nós mesmos e entendêssemos a distância que nos separa da verdadeira doutrina de Cristo, quem sabe, o Senhor nos mostraria alguma coisa mais!
A doutrina dos fariseus permanece e não é difícil observarmos a sua existência, se estivermos permanentemente atentos aos ensinamentos de Jesus e seus apóstolos. Ao contrário, teremos muita dificuldade em detectá-la.
Por que não é fácil distingui-la dentre as demais doutrinas existentes no mundo?
Por dois aspectos:
Primeiro, porque sua base, seu fundamento é a hipocrisia e segundo, porque tendo esta qualidade, não revela o seu verdadeiro propósito.
A hipocrisia (doutrina dos fariseus) leva o indivíduo a simular, a mostrar qualidades ou sentimentos louváveis ao nosso ver, mas que, à luz da verdade, é mentira. Trata-se de uma doutrina extremamente perniciosa, cujos princípios são sempre hipócritas, mas, em virtude do pouco que se conhece da verdade, tem uma enorme aceitação entre nós. As suas características são principalmente: dissimulação, insinceridade e fingimento. Isto é tão sério, que tocar neste assunto é como mexer em caixa de marimbondos. Ninguém gostaria de ser chamado hipócrita, embora as escrituras assim nos chama, e feliz daquele que admite ter ainda, sobre seus olhos, a trave que o impede de enxergar os mistérios de Deus.
Isaias 59 mostra que nos dias de Jesus eram muito evidentes os frutos dessa doutrina. “Sim, disse o profeta, a verdade sumiu, e quem se desviar do mal é tratado como presa. O Senhor viu isso, e desaprovou o não haver justiça (Isaias 59:15)”.
Sem a verdade é impossível haver justiça. Não havia ninguém capaz de julgar, em conformidade com a Lei de Deus. O que existia era injustiça, era falsidade, era mentira. Faltava alguém para dizer a verdade, alguém como Jesus, que segundo João 18:37 veio ao mundo, com esta finalidade, dar testemunho da verdade. A verdade foi dita por Jesus, custou no entanto, a sua própria vida. Duas coisas estavam em evidência: mentira e injustiça. A doutrina que predominava era a dos fariseus. Houve um choque entre os dois conceitos. De um lado, Jesus, dizendo a verdade, clara e sem sofismas, e do outro essa terrível doutrina que tem como objetivo principal esconder a verdade. O Senhor a chamou de fermento. Nós sabemos que o fermento tem a capacidade de tirar a originalidade da massa sem contudo haver necessidade de mudar a sua constituição. Assim também age essa doutrina em relação à Palavra de Deus. A Palavra de Deus, sem hipocrisia, tem um efeito, com hipocrisia, outro efeito, como a massa, sem e com fermento. Agora, um detalhe importante: o que é, aos nossos olhos, mais bonito e mais saudável? Um pão com fermento ou sem fermento? Não importa o efeito que esta substância tem a ver com o nosso organismo, a nossa preferência é o pão com fermento.
“Jesus disse: quem de mim se alimenta por mim viverá (João 6:57)”. Ele é o pão da vida, só que sem fermento. Se nós quisermos a vida, vamos ter que nos alimentar desse pão ázimo.
Outro detalhe que vai nos ajudar a esclarecer a existência ou não dessa doutrina em nossos dias e do seu alto grau de periculosidade, está no fato de ter Jesus chamado os fariseus de filhos do diabo. “Vós sois filhos do diabo que é vosso pai e quereis satisfazer-lhes aos desejos. Ele foi homicida desde o princípio (causou a morte de Adão) e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira. Mas, porque Eu digo a verdade não me credes (João 8: 44-45)”.
Um pouco antes, no versículo 41, Jesus havia dito: “Vós fazeis as obras de vosso pai; no que eles responderam: Nós não somos bastardos; temos um pai que é Deus”.
Todos queriam ser filhos de Deus e ninguém filho do diabo. Acontece que Jesus veio realizar as obras de seu Pai (Deus), num mundo onde as pessoas haviam se tornado escravas do pecado (diabo), porém poucos admitem tal coisa. Ficava assim caracterizada a existência de duas vontades. Havia pessoas querendo fazer a vontade de Deus e existia também outras, cujo desejo não lhe era agradável a exemplo de Abel e Caim. Tratava-se, portanto, de algo muito difícil de se resolver, pois que era alguma coisa que não se podia julgar pela aparência. Fazia-se necessário manifestar o que havia por dentro e não aparentemente.
Jesus estava convencendo o mundo daqueles dias da obra que Ele veio realizar como enviado de Deus, ser a luz que faltava ao mundo. A tarefa realmente era extremamente complicada, pois que o mundo estava morto pelo pecado, totalmente escravizado e não se convencia disto. João 1:4 diz assim: “A vida estava Nele e a vida era a luz dos homens”. Ele estava no mundo fazendo a perfeita vontade de Deus. João Batista afirmou não ser digno de desatar as correias de suas sandálias, num reconhecimento da superioridade do ministério de Jesus. Ele era a luz perfeita, capaz de guiar no caminho da verdade, capaz de dar vida ao que estava morto. Apesar disso, da autoridade, do poder, da capacidade, da sabedoria, do conhecimento, da grandeza, Jesus não trazia para si o sucesso, atribuindo toda glória, todo mérito ao Evangelho por Ele pregado, afirmando sempre, tratar-se da Palavra de Deus. “… a palavra que estais ouvindo não é minha, mas do Pai que me enviou (João 14:24)”.
Foi sem dúvida um testemunho sem precedente na história da humanidade.
A respeito de João Batista, Ele disse: “Ele era a lâmpada que ardia e alumiava, e vós quisestes por algum tempo alegrar-vos com a sua luz. Mas Eu tenho maior testemunho do que o de João; porque as obras que o Pai me confiou para que eu realizasse, essas que Eu faço, testemunham a meu respeito, de que o Pai me enviou (João 5:35-36)”.
Pelo que nós podemos observar, o fato vem se repetindo e com uma agravante, estamos no entardecer do 6º dia, onde o efeito da luz não tem muita significação, embora o Senhor tenha feito a afirmação de que nós seríamos luz para o mundo. Isto significa dizer que as trevas vêm sobrepujando a luz, dando lugar à noite (apostasia), sendo, no entanto, para vossa alegria, o prenuncio de um novo dia, o dia do Senhor. Não que não tenha cristão hoje, é o testemunho dele que não é aceito. “Eu vim em nome de meu Pai e não me recebeis; se outro vier em seu próprio nome, certamente o recebereis. Como podeis crer, vós os que aceitais glória uns dos outros, e contudo não procurais a glória que vem do Deus único? (João 5:43-44)”.
Dá para perceber o esforço, o desejo que existia Nele em mostrar, para aquele povo, a importância fundamental e, mais ainda, vital de suas palavras em relação a nós. Estava ali uma pessoa enviada por Deus, vinda de Deus, com a palavra de Deus, credenciada por Deus, tendo preenchido todos os requisitos exigidos por Deus, para ser o mediador dessa nova aliança que Deus realizava com os homens, testamento este que por sua grandeza anula o que existia antes. Estamos falando da doutrina de Cristo, do seu Evangelho. Paulo afirma, na sua epístola aos Romanos, ser o Evangelho o poder de Deus para a salvação. Já os evangelistas, dele dão testemunho dizendo ser a doutrina do reino de Deus, ou seja, a Lei que vai reger as nações no governo de Cristo.
O Filho voltará, e agora, para assumir de uma vez por todas o reino de Deus e julgar a nossa causa. Com Ele está a recompensa daqueles que acreditaram que isto iria acontecer e Nele esperaram (Apocalipse 11:15-19; 18:20 e 22:12).
“Vós sois filhos do diabo que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe aos desejos[1]”.
Esta afirmação feita por Jesus é extremamente valiosa em nossos dias. É muito importante sermos conscientizados quanto à existência ou não de filho do diabo em nossa geração pois que, se existirem, certamente estarão realizando as obras de seu pai. Caso positivo, deveríamos localizá-los e usar contra eles as armas que dispomos em Cristo. Recordando rapidamente, lembramos que as mais importantes são verdade e justiça.
“Estais, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça (Efésios 6:14 e Isaías 11:25)”.
Está chegando a hora, o joio e o trigo cresceram, dá para notar a diferença. Vamos usar as mesmas armas que o Senhor usou. Contra a mentira, a verdade; contra a injustiça, a justiça; e muita misericórdia, porque o Senhor é bom.
“Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos (Apocalipse 19:8)”.
Não esquecendo, todavia, da preparação através do Evangelho.
O Senhor fará justiça contra aqueles que não obedeceram ao Evangelho.
“… e a vós outros que sois atribulados, alívio juntamente conosco, quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder, em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus contra os que não obedecem ao Evangelho de nosso Senhor Jesus. Estes sofrerão penalidade de eterna destruição… (II Tes. 1:7-9)”.
Quem não obedece ao Evangelho é filho de Deus?
Se não é filho de Deus, sabe-me dizer de quem é filho?
Diz as escrituras que Deus deu o seu filho unigênito, para que todo aquele que Nele crê não pereça mas tenha a vida eterna (João 3:16)”.
Deus enviou seu filho unigênito ao mundo, para que por Ele vivamos (I João 4:9).
Nós passamos da morte para a vida; da incredulidade para fé; da ignorância para o conhecimento; das trevas para a luz; da injustiça para a justiça; da mentira para a verdade. Vemos, no entanto, que nada disso é automático. Há uma morte, um nascimento e um crescimento.
Diz a Bíblia (João 3:18), “que aquele que não acreditar no único Filho de Deus já está condenado”.
Jesus quando enviou Paulo, disse, em outras palavras, o seguinte: “Eu tiro você do meio desse povo (judeus e gentios) e mando você para o meio desse povo, com a finalidade de lhe abrir os olhos; convertê-lo à luz; e tirá-lo do poder de satanás; para que, depois disto, receba a remissão dos pecados, e possa herdar a promessa, juntamente com aqueles que são santificados pela fé em Mim (Atos 26:17-18)”.
Nós mudamos um pouco as palavras para facilitar o entendimento, no sentido de sermos convencidos de que somos participantes do povo para o meio do qual o Apóstolo Paulo foi enviado, e que, assim sendo, é a seguinte, a nossa condição: cegos, sem luz e o pior de tudo, sob o poder de satanás.
Se nós reconhecermos esta condição, o Senhor nos encontrará, nos apascentará, e nos dará a vida eterna.
“A perdida buscarei, a desgarrada tornarei a trazer, a quebrantada ligarei e a enferma fortalecerei; mas a gorda e a forte destruirei. Apascentá-las-ei com justiça (Ezequiel 34:16)”.
Esta é a condição estabelecida por Deus. Salvar aquele que precisa de salvação; fortalecer aquele que é fraco; ligar aquele que está quebrado; ajudar o necessitado.
“Não vim chamar justos e sim pecadores… (Mateus 9:13)”.
“… o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus… (I Pedro 3:18)”.
Ora! Como Deus pode me salvar se já estou salvo?
“… a nossa salvação está agora mais perto do que no princípio quando cremos. Vai alta a noite vem chegando o dia… (Romanos 13:11-12)”.
De que modo vou obter misericórdia de Deus, sua força, seu auxílio; se sou forte, gordo, e de nada sinto falta?
“Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Por que quando sou fraco, então é que sou forte (II Cor. 12:10)”.
Se eu me considero justo, salvo, perfeito por qual motivo irei me arrepender?
“Digo-vos que assim haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende, do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento (Lucas 15:7)”.
O que nós estamos querendo mostrar são os frutos colhidos em nossa geração para compará-los com os daquela geração.
Hoje, qualquer pessoa que fosse interpelada por nós diria ser filha de Deus. É muito difícil alguém admitir ser filho do diabo ou que esteja vivendo sob seu domínio. No entanto, a Bíblia mostra o homem em uma dessas condições. Havendo, portanto, necessidade de ser liberto.
Em Mateus 8:22, Jesus disse: “Segue-me e deixe aos mortos sepultar os seus próprios mortos”. Isto significa dizer que mesmo vivendo na carne estamos todos mortos, e também que, além da morte física, há a morte espiritual e que aqueles que não o seguiam: além de mortos, não teriam oportunidade de vida, embora vivendo ilusoriamente escravizados pelo pecado.
Jesus estava ali desafiando satanás, ia vencê-lo pela fé, era o primeiro filho de Deus a vencer o maligno, pela fé. Estava aberto o caminho. O que ele esperava, aconteceu; ressuscitou dentre os mortos e vive para sempre, no corpo que Ele tinha antes da fundação do mundo; era a volta definitiva do filho de Deus, porque Ele comeu da Árvore da Vida, tornando um com o Pai, nunca mais morrerá.
Chegou agora a nossa vez, chegou para nós a salvação, também nós somos vencedores, iremos vencer; desde que não sejamos endurecidos pelo engano do pecado; “Porque nós tornamos participantes de Cristo, se retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até ao fim”. (Hebreus 3:14).
“Ao vencedor, ao que guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as nações.” (Ap 2:26)
A obra de Deus é esta, que creiais naquele que por Ele foi enviado. (João 6:29).
“Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida. (Apocalipse 2:10)”.
Não é a morte física que nos deve trazer preocupação e sim a segunda morte; não é o que vemos e sim o que não vemos.
A morte física, esta não tem outra alternativa. Se Jesus não voltar enquanto estivermos vivos, fatalmente morreremos, a não ser que haja um milagre, o que não é impossível.
Já a morte definitiva da alma, esta sim deve merecer de nós uma atenção toda especial. O Senhor disse: “Quem crê em mim, ainda que morra viverá.” (João 11:25).
Ele buscava uma vida depois da morte física, a qual ele julgou sem comparação com esta.
A este respeito, Paulo, falando em sua primeira Carta aos Coríntios, quando enaltecia a sabedoria de Deus, fez ver que, se os homens daquela época a tivessem conhecido, jamais teriam crucificado o Senhor da Glória; e lembrou do profeta Isaías, fazendo a seguinte asseveração: “Nem os olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam. (I Cor. 2:9).”
E para nos ajudar, lembramos que o Senhor disse: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra”. (João 14:23).
O Senhor Jesus, em conversa com Nicodemos, deu-lhe a seguinte resposta: “Em verdade em verdade te digo que se alguém não nascer de novo; não pode ver o reino de Deus.” (João 3:3).
Então está aí. “Se não nascermos de novo”, temos que nascer; e se somos nascidos, temos que permanecer vivos até a morte, para que com Ele vivamos e possamos ver o reino de Deus.
“Quem crê em mim, ainda que morra, viverá”. (João 11:25)
Reprisamos este versículo para perguntar: estamos ou não mortos? Sepultados neste corpo?
A Bíblia nos mostra em Gênesis, capítulo 3, o diálogo que houve entre a mulher e a serpente. Vejamos alguns versículos:
“… Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais. (Versículo 3)”.
“Então a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis. (Versículo 4)”.
“Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal” (Versículo 5).
Ambos estavam com a razão, só que havia no meio de tudo isto um engano, uma mentira, uma maldade e uma desobediência. Deus disse que morrereis, a mulher não tinha que acreditar em outra palavra. Mesmo que ela não soubesse a que tipo de morte Deus estava se referindo. Não devia ter desobedecido à palavra de Deus.
Abriu então seu coração para uma outra palavra e isto porque nela continha fermento, hipocrisia, mentira, coisas aparentemente boas, tais como: crescer, ser grande, próspero, poderoso, glorioso, olhos abertos para conhecer mais que os outros, e assim por diante. Coisas estas que geram orgulho e vaidade.
Deus, ao contrário, foi seco ao dizer: “no dia em que dela comeres, certamente morrerás”. (Genesis 2:17).
Na verdade, seus olhos foram abertos, mas por outro lado, perderam a visão da glória de Deus.
Particularmente, entendo que, assim como, num piscar de olhos, nós, os que estivermos vivos na volta de Cristo, teremos os nossos corpos transformados, também eles, num piscar de olhos, tiveram os seus transfigurados, ou seja, diferente do que eram.
“Porque assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo” (I Cor. 15:22).
“…quem me livrará do corpo desta morte? (Romanos 7:24).” O corpo que temos hoje é o corpo daquela morte.
“Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu, e deu também ao marido, e ele comeu.
Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira, e fizeram cintas para si.
Quando ouviram a voz do Senhor Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim” (Genesis 3:6-8).
Abriram-se, então os olhos de ambos… e começaram a fazer aquilo que nós estamos habituados a fazer, esconder de Deus nossos atos, procurando sempre uma maneira de encobrir a nossa nudez, com obras mortas (folhas) e verdades próprias (cintas), em vez de aceitar o que Jesus falou, porque é, na realidade, a única doutrina capaz de devolver para nós a vida e o corpo da vida, aquele que nós perdemos.
Por natureza, nossos olhos estão abertos para esse tipo de procedimento.
Mas não é solução se esconder no meio das árvores.
Árvores somos nós. Muitos procuram fazer isto, se esconder por entre as árvores. Não importa onde estamos, Ele chama por nós, e a resposta tem que ser individual para que cada um de nós possa receber a veste que nos compete, segundo a sua vontade.
Não resolve estar simplesmente no meio das demais pessoas que ao nosso ver são justas. Isto é esconder no meio das árvores. Deus precisa vestir cada um individualmente. Eva teve a sua veste e Adão a sua (Gênesis 3:21).
Precisamos ouvir a vos de Deus. Ainda bem que Ele continua chamando por nós. É uma questão de vida ou morte. Sua voz ecoa no mundo.
“Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações (Hebreus 4:7)”.
É interessante observamos que não foi pelo fato de ter Eva comido simplesmente do fruto a causa da sua morte, mas no instante em que deu ao marido e este também comeu.
“Abriram-se então os olhos de ambos e perceberam que estavam nus… (Gênesis 3:7)”. Assim dizem as escrituras:
Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável, desejável, etc… tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido e ele comeu.
O fruto foi a palavra que ela ouviu e deu crédito, mas a prova de que havia acreditado viria depois, consumando a falta. Foi no momento em que transmitiu aquilo para o marido é que viria caracterizar o pecado, produzindo em consequência a morte. “Eu cri, por isso é que falei (II Cor 4:13)” Nós falamos aquilo que nós acreditamos.
“Não é o que entra pela boca o que contamina o homem, mas o que sai da boca, isto sim, contamina o homem.(Mat 15:11)”
Na verdade, não foi Eva que morreu e sim Adão. Vejam como isto é importante! Adão é que foi a vítima. A serpente querendo atingir o homem utilizou-se da mulher. A palavra que saiu da boca da mulher é que produziu morte; a que saiu da serpente apenas induziu Eva ao pecado. Na realidade, não foi a serpente que pecou e sim a mulher, e seu pecado (sua palavra envenenada) entrando no homem (este crendo) causou-lhe a morte e com a sua morte também a de todo homem, inclusive Eva, cumprindo assim o que Deus havia dito.
“Então a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte” (Tiago. 1:15).
O pecado é consumado quando nós deixamos de acreditar na palavra de Jesus e damos crédito a uma outra, manifestamos aquela nossa posição de fé.
O Senhor Jesus Cristo, falando a respeito do consolador, disse:
“Quando ele vier convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado, porque não creem em mim”. (João 16:8-9)
O mundo será convencido do pecado, ou seja: será levado a admitir que não acredita em Jesus e, assim sendo, confessa o pecado, não o escondendo mais. É o caso da manifestação do anticristo e daqueles que não deram crédito à verdade.
A existência dessas duas doutrinas no mundo em que vivemos, no tempo de nossa carne, é indiscutível.
Uma, que sai da boca do enviado de Deus para produzir vida; e outra, que tem procedência maligna, mantém o homem morto.
“Pois o enviado de Deus fala as palavras dele, porque Deus não dá o Espírito por medida” (João 3:34).
“Em verdade, em verdade vos digo: Quem recebe aquele que eu enviar, a mim me recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou.” (João 13:20).
Vejam como tudo está intimamente ligado à palavra, ao que se fala. Nós sempre estamos divulgando aquilo que acreditamos. Quando abrimos a boca para falar, o fazemos para expressar a nossa credibilidade no propósito de Deus em relação ao homem ou para declarar a nossa convivência com o maligno.
Nós vimos no versículo que transcrevemos o Evangelho, como recebemos a Deus. É indubitavelmente mediante a palavra de Deus que nós obtemos Deus. Receber uma pessoa enviada por Jesus é receber Jesus; e quem o recebe, estará recebendo aquele que o enviou. Por esta razão, Ele fez a seguinte afirmação: “Ninguém vem ao Pai senão por mim (João 14:6).” Isto porque os discípulos não conseguiam entender que, mediante aquelas palavras, Deus se revelava aos homens. Felipe queria conhecer o Pai, ele não se contentava com a explicações de Jesus (João 14:8). No versículo dez deste mesmo capítulo, Ele mostra a Felipe a unidade que havia entre Ele e o Pai, por intermédio da palavra. As palavras ditas por Ele eram também as faladas pelo Pai.
Se uma pessoa acreditar em Jesus o que irá fazer? Divulgar o que Jesus disse, não? E, se isto for feito realmente em perfeita unidade com Ele, esta pessoa irá falar as palavras Dele, e, consequentemente, de Deus, porque elas são de Deus.
Acredito que o Espírito Santo nos fará chegar, exatamente, no lugar onde deveremos chegar, para que nós possamos concluir, com sabedoria e com entendimento, tudo o que Ele pôs em nosso coração.
Cristo em nós é um mistério. Como vamos fazer para ter Cristo em nós? Qual seria o nosso procedimento para alcançarmos a árvore da vida, comer do seu fruto, para que tenhamos vida eterna?
“Assim como o Pai, que vive, me enviou, e igualmente eu, vivo pelo Pai, também quem de mim se alimenta, por mim viverá (João 6:57).”
Jesus estava procurando mostrar a seus discípulos e àquele povo que ele era o enviado de Deus, e que o Pai o havia alimentado com suas próprias palavras, razão pela qual ele vivia pelo Pai.
“…também quem de mim se alimenta, por mim viverá”. (João 6: 57).
A dificuldade estava em entender como se alimentar Dele. Ele havia dito o seguinte: “Quem comer a minha carne e beber o meu sangue, permanece em mim e Eu nele (João 6:56)”. Ora, Jesus estava no Pai, e o Pai estava nele; como teria Ele se alimentado do Pai para viver pelo Pai, como afirmou no versículo que transcrevemos acima? Será que Ele comeu a carne de Deus e bebeu o sangue de Deus para ter vida? Não! Deus não é espírito? O alimento que lhe deu vida foi a palavra de Deus.
A carne e o sangue aos quais ele se referiu significa para nós uma participação comum nos seus sofrimentos e nas suas dores. Foi por esta causa que Ele prometeu e enviou o Consolador; para nos aliviar os sofrimentos e as nossas dores.
“A nossa esperança a respeito de vós está firme, sabendo que, como sois participantes dos sofrimentos, assim o sereis da consolação (II Cor. 1:7)”.
“Eis aqui estou eu, e os filhos que Deus me deu. Visto, pois, que os filhos têm participação comum da carne e sangue, destes também ele, igualmente participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo e livrasse a todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida (Hebreus 2:13-15)”.
“Eis aqui estou Eu, e os filhos que Deus me deu”. (Hebreus 2: 13). Compreender isso é precioso para nós que precisamos entender para não nos perdemos por falta de conhecimento.
Faz parte da nossa luta o buscar a Deus, conhecer a Deus.
“Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração (Jeremias 29:13)”.
“E aquele que me enviou está comigo, não me deixa só, porque Eu faço sempre o que lhe agrada (João 8:29)”.
Será que Jesus buscava o Pai? Por que Deus se agradou dele? O Pai estava com Ele e não o deixou só porque Ele o encontrou, perseverando na sua doutrina, fazendo sempre aquilo que era agradável a Deus. Ele soube como agir de forma a dar prazer àquele que o enviou.
Jesus morreu, mas Ele profetizou uma coisa que nos deve alegrar sobremaneira: “Quem crer em Mim será salvo” (Marcos 16:16). A segurança que Ele teve para afirmar isto estava fundamentada na palavra de Deus, porque Ele não disse nada que não tivesse de acordo com Deus. Ele cumpriu toda justiça. “Justiça é a vontade de Deus”.
Quando a palavra diz: “Eis-me aqui estou eu e os filhos que Deus me deu”. Estavam inclusos nele todos aqueles que viriam a crer em Deus mediante o seu Evangelho. Era como se todos os filhos de Deus estivessem ali, participando daquele ato. Querendo ou não, os filhos de Deus participaram de todos os atos que envolveram a vida na carne, a morte e a ressurreição de Cristo. Se somos participantes disto, estamos nele. Ele participou de tudo o que somos para que nós pudéssemos participar de tudo o que Ele é. Como nós, Ele venceu a morte e, como Ele, nós também venceremos. A morte perdeu a força que tinha sobre nós visto que, se somos participantes da morte, o seremos também da ressurreição.
É bem verdade que estas coisas nos são verdadeiras porque cremos e é mediante esta fé que Deus irá cumprir a sua palavra.
“Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue…” (Hebreus 2:14), afirmam as escrituras.
Se o nosso procedimento hoje, no tempo da nossa carne, tem sido semelhante ao dele, no tempo da sua carne, não tenhamos dúvidas de que, semelhante a Ele, também, o seremos quando da ressurreição dos mortos.
“Por isso convinha que, em todas as cousas, se tornasse, semelhante aos irmãos… (Hebreus 2:17)”.
Ora! Se Ele foi semelhante a nós, seus irmãos, em todas as coisas, pressupõem-se que sofreu porque nós sofremos, foi fraco por que nós somos fracos, chorou porque nós choramos, foi humilhado porque nós somos humilhados, foi pobre porque nós somos pobres e assim por diante. A recíproca então tem que ser verdadeira. É como se Jesus fosse um espelho, e nós olhássemos para Ele e víssemos a nós. Isto é semelhança. Agora, se nós vemos nele uma coisa e somos outra, algo está errado.
Ele foi semelhante a nós antes mesmo que fossemos nascidos, o que nos dá a entender ter Ele antecipado tudo aquilo que haveríamos de passar. Se hoje um cristão sofre os males que Jesus sofreu, deve entender também que, tendo Ele padecido o mesmo mal e vencido, estando vivo, tornou-se capaz de nos socorrer naquilo que Ele mesmo experimentou.
“Pois naquilo que Ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados (Hebreus 2:18)”. “… como sois participantes dos sofrimentos, assim o sereis da consolação (II Cor. 1:7)”.
O mundo chegou a um estágio tal que a confusão é tão grande, que é muito difícil saber o que é e o que não é.
A promessa de Deus é socorrer aqueles que são tentados, no entanto, como o diabo é mestre em adulterar a palavra de Deus, a coisa embolou de tal maneira, que Deus hoje ajuda todo mundo, todos são ajudados por Deus, todos são filhos de Deus, todos têm fé, as orações de todos são ouvidas e respondidas. Isto no contexto geral. Mas o que a palavra diz é: “E eles serão meus, diz o Senhor dos Exércitos, naquele dia que farei serão para mim particular tesouro; poupá-los-ei, como um homem poupa a seu filho, que o serve. Então vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não serve (Malaquias 3:17-18)”.
Deus prometeu luz no tempo em que estamos vivendo. Este tempo confuso onde somente os escolhidos não serão confundidos. Muitos têm medo quando se fala da verdade, porém é uma necessidade, pois trata-se da luz que Deus prometeu para estes dias. É a luz, é a verdade, é a palavra de Deus, é o testemunho de Jesus Cristo que vai prevalecer, não tenhamos nenhuma dúvida quanto a isto. O apóstolo Paulo disse que se viesse um anjo do céu, com outra doutrina, diferente daquela que eles anunciaram, não deveríamos dar crédito (Gálatas 1:8-9). E não nos enganemos, a coisa vai ficar pior, muito pior do que já está. Visto uma tarde dando lugar a uma noite? Assim Deus comparou os dias do fim. A não ser que não estejamos crendo que os dias de hoje são os mais próximos do fim de todos os dias que vivemos. Se eles, naqueles dias, tiveram a precaução que tiveram, imaginem nós! Quanto à segurança em relação a tudo isto, está em permanecer na verdadeira doutrina.
“Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós”. (João 15:4).
O Profeta Zacarias, profetizando, disse assim a palavra de Deus:
“E acontecerá naquele dia, que não haverá preciosa luz nem espessa escuridão; mas será um dia conhecido do Senhor; nem dia nem noite será; acontecerá que no tempo da tarde haverá luz (Zacarias 14:6-7)”.
Haverá luz, mas será como está profetizado. Não será preciosa luz, nem será espessa escuridão, nem dia nem noite será.
Não é difícil o entendimento dessa profecia. O Senhor está falando da dificuldade que a luz (Cristo) teria para brilhar nestes dias, no tempo da tarde. Experimente acender qualquer luz por volta de seis horas da tarde e veja o seu efeito. E esta dificuldade viria exatamente em decorrência da mistura que haveria entre o dia e a noite, entre a luz e as trevas, entre os filhos de Deus e os filhos do diabo. Uma situação terrível, onde Deus não mais estaria na Igreja (denominação qualquer), e sim fora dela, à porta. É o estado de indefinição (Apocalipse 3:14-22), o que Ele sempre condenou. Se ainda não estamos vivendo esta época, estamos muito próximos dela. Do entardecer para a noite, é uma questão de horas. Quando menos se espera, é noite. Envolvidos com os problemas do mundo, que são numerosos ultimamente, a noite nos pega de surpresa. Daí para frente, só a vinda do Senhor. “… o dia do Senhor vem como ladrão de noite (I Tessalonicenses 5:2 e Mateus 24:42-44)”.
O Senhor Jesus nos deixou uma preciosa luz neste sentido. Está em João 9-4-5: “Convém que Eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar. Enquanto estou no mundo sou a luz do mundo”.
Ninguém poderá fazer mais nada depois que o Espírito Santo for retirado.
Agora, vamos a uma outra profecia, que combina com esta. Paulo falando do que haveria antes da vinda do Senhor, disse:
“Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará como Deus, no templo de Deus, querendo ser Deus”. (II Tessalonicenses 2:3-6).
“Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora resiste até que do meio seja tirado; e então será revelado o iníquo”. (II Tessalonicenses 2:7).
“…esse, cujo vinda é segundo a eficácia de satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem (II Tes. 2:3-10)”.
A igreja é a casa de Deus; é o templo de Deus; é onde está sua família: sua mãe, seus irmãos e suas irmãs. Nós sabemos que Jesus ainda é solteiro. É também o lugar onde estão reunidos aqueles que fazem a vontade de Deus.
Enquanto somos solteiros, a nossa casa não é a casa de nossos pais, irmãos e irmãs? Ele mesmo mostrou isto, quando comparou aqueles que fazem a vontade de Deus com sua mãe, irmãos e irmãs. Revelando ser ali sua casa, seu templo, e consequentemente a igreja.
“E ele lhes respondeu, dizendo: Quem é minha mãe e meus irmãos?
E olhando em redor para os que estavam assentados junto dele, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos. Porquanto, qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, e minha irmã, e minha mãe (Marcos 3:33-35)”.
Jesus estava mostrando a sua família, sua casa, como solteiro que era; e, consequentemente, nos revelou a igreja verdadeira, quando disse que aqueles que estavam assentados junto dele, fazendo a vontade de Deus, representavam sua família.
Uma igreja onde não estão assentados aqueles que fazem a vontade de Deus, pode ser chamada de Casa de Deus? É evidente que não. Pois não estão ali assentados: sua mãe, irmãos e irmãs.
Quando a Igreja deixar de fazer a vontade de Deus, não existe mais razão para Jesus estar nela. Ela deixa de ser sua casa porque aqueles deixaram de ser: sua mãe, irmãos e irmãs. É então chegada a hora de seu casamento, Ele vai ao encontro da noiva. Não há mais lugar para Deus na terra. O Espírito Santo é retirado (II Tes. 2:6-7). Não existe mais luz verdadeira. A noite chegou, e é total a escuridão – apostasia (II Tes. 2:3).
O pior de tudo vem agora. No lugar onde morava Deus, com sua família, passa a residir “um, que se opõe, e se levante contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus (II Tes. 2:4)”.
Que ninguém fique esperando isto acontecer de forma bem destacada para acreditar. Será como vimos através das escrituras, ou seja: num processo de transição. A noite vem chegando; devagar! Devagar! Até ser noite completa.
É nosso dever vigiar. É nossa obrigação, como filhos de Deus, permanecer em Cristo, ser seu discípulo, ser luz; porque é exatamente a falta de luz que dará lugar à noite. Mesmo que o tempo seja este de lusco-fusco, onde parece que todo gato é pardo.
“Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará (João 8:31-32)”.
A condição é permanecer na sua palavra para ser seu discípulo.
Essa conjunção “e” depois de discípulo é muito importante, é a ligação entre os dois versículos. Em consequência do cumprimento de uma promessa é que teremos a outra.
Não existe possibilidade de alguém permanecer escravo, assim como também na ignorância, se Ele estiver em Cristo.
“Aquele que diz: Eu o conheço e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade.
Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra, nele verdadeiramente tem sido aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele (I João 2:4-5)”.
A palavra de Deus compara, através de uma profecia do Senhor Jesus Cristo, que a volta do filho do homem seria como foi no tempo de Noé e no tempo de Ló (Lucas 17:26-30).
No tempo de Noé, tudo se desenrolava como se nada de anormal fosse acontecer. Mas tem um detalhe importante e está no verso 27: “Comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca…”.
Deus esperou somente Noé entrar na arca para mandar o dilúvio destruir a todos.
No verso seguinte, diz que o mesmo aconteceu nos dias de Ló, senão vejamos: “Comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; mas no dia em que Ló saiu de Sodoma…”.
Deus ficou aguardando Ló sair de Sodoma, para fazer chover do céu fogo e enxofre sobre aquela cidade e destruir a todos.
Do que nós estamos vendo, até a ordem é importante. Quando os filhos de Deus estiverem na arca, eles também sairão de Sodoma.
Esta cidade, que espiritualmente se chama Sodoma, é responsável por uma série de coisas terríveis.
“e os seus cadáveres ficarão estirados na praça da grande cidade que espiritualmente se chama Sodoma e Egito, onde também o seu Senhor foi crucificado (Apocalipse 11:8)”.
Pelo que nós sabemos, Jesus não foi crucificado, senão pelo seu próprio povo.
“Então exclamou com potente voz, dizendo: caiu, caiu a grande Babilônia, e se tornou morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável, pois todas as nações têm bebido do vinho do furor da sua prostituição (Apocalipse 18:23)”.
“Ouvi outra voz do céu, dizendo: Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados, e para não participardes dos seus flagelos (Apocalipse 18:4)”.
Na verdade, por enquanto, são alegorias, mas o que hoje acontece alegoricamente, um dia irá acontecer efetivamente.
Na primeira vinda de Jesus, existiam pessoas que suportaram toda pressão psicológica decorrente da existência, na época, de uma doutrina; a dos fariseus. No entanto, permaneceram crendo no que foi dito pelos profetas e nas revelações do Espírito Santo, não dando crédito àquela doutrina que os contradiziam; embora, aparentemente, tinha tudo para agradar.
Como exemplo, poderíamos citar o caso do velho Simeão, que tomou nos braços o menino Jesus e disse, em outras palavras: posso morrer, o Senhor cumpriu a sua palavra.
Vale a pena vermos este relato que está em Lucas 2:25.
“Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão; homem este justo e piedoso que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. Revelara-lhe o Espírito Santo, que não passaria pela morte antes de ver o Cristo do Senhor. Movido pelo Espírito, foi ao templo; e quando os pais trouxeram o menino Jesus para fazerem com ele o que a lei ordenava, Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus, dizendo:
Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque os meus olhos já viram a tua salvação”.
Diante de um testemunho deste, a conclusão que chegamos é que não podemos mais continuar como cegos, guiando e sendo guiados.
Se existia uma pessoa que sabia o que estava fazendo naqueles dias, era o velho Simeão. Com que absoluta certeza ele tomou aquele menino nos braços e glorificou a Deus pelo cumprimento das profecias.
Será que houve facilidade para Simeão esperar até aquele dia?
Não teria, Simeão, encontrado muita dificuldade para permanecer crendo no que Deus lhe havia revelado, já sem forças, na sua velhice; vendo aqueles hipócritas, bem vestidos e muito bem sucedidos, levantarem suas vozes em orações de agradecimento?
Teria Deus escolhido, arbitrariamente, Simeão para lhe mostrar o menino Jesus? Ou Deus estava recompensando um homem que creu nas Escrituras Sagradas, de forma correta, e não cansou de esperar por aquele dia?
Simeão não se deixou intimidar pela injustiça e pela hipocrisia da época. Ele, quando ainda na presença atônita dos pais da criança, profetizou dizendo:
“Este menino está destinado tanto para ruína como para levantamento de muitos em Israel, e para ser alvo de contradição, (também uma espada transpassará a tua própria alma), para que se manifestem os pensamentos de muitos corações (Lucas 2:34-35)”.
Aquilo que para Simeão foi revelado de forma alegorizada, um dia tornou-se realidade. Tão real que ele pôde tocar com suas próprias mãos.
Quantas vezes nós sonhamos, temos visões de fatos que são autênticas revelações de Deus, e as jogamos fora, ou por falta de fé ou por dar ouvidos a incrédulos.
Coloque-se no lugar de Simeão, de Ana, filha de Fanuel, e veja se foi fácil para eles!
Deus não derrama sua ira sobre a terra, hoje, porque ainda existem pessoas que não entraram na arca e terão que entrar; e pessoas que ainda não saíram de Sodoma e terão que sair.
Quando isto acontecer, não existirão mais razões para que Deus não cumpra a sua palavra.
“Porque o Senhor cumprirá a sua palavra sobre a terra cabalmente e em breve (Romanos 9:28)”.
Se satanás consegue nos manter ignorantes quanto à verdadeira Doutrina de Cristo; quanto a esta promessa de Deus, tão almejada para salvação do homem, o que nos restará?
“Vós, porém, irmãos, sois filhos da promessa, como Isaque (Gálatas 4:28)”.
Não podemos esquecer que existem duas mulheres, duas mães, duas Jerusalém. Uma livre e outra escrava. A livre é estéril, não dá à luz filhos. A outra é escrava e gera filhos para escravidão.
Uma delas corresponde à Jerusalém terrena e a outra à Jerusalém Celestial.
A Jerusalém lá de cima é a livre e corresponde à Sara, que era estéril, não podendo, portanto, gerar filhos; estes ficam na dependência do cumprimento da promessa de Deus para ela. Hoje ela está como que abandonada, sem marido; enquanto a outra, arrogantemente diz: “Viúva não sou. Pranto nunca hei de ver (Apocalipse 18:7)”.
A Jerusalém daqui permanece em escravidão e gerando filhos também escravos.
Uns nascem, portanto, segundo a carne, e outros segundo o espírito. Os primeiros se manifestam, os outros esperam.
“Os que nascem segundo a carne perseguem os nascidos segundo o Espírito” (Gálatas 4:29).
Os filhos da promessa, que correspondem a Isaque, só serão revelados quando Jesus voltar, do contrário, deixaria de ser promessa.
São cousas alegóricas, mas de fácil compreensão para os que querem compreender.
“E assim irmãos, somos filhos não da escrava, e, sim da livre (Gálatas 4:31)”.
Se a nossa mãe é aquela lá de cima, vamos esperar como todos aqueles que alcançaram vitória mediante a fé.
Esta é a esperança do cristão, ser filho de Deus.
“Porque sabemos que toda a criação a um só tempo geme e suporta angústias até agora. E não somente ela, mas também nós que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo.
Porque na esperança somos salvos. Ora, esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o aguardamos (Romanos 8:22-25)”.
“Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um edifício, casa não feita por mãos, eterna nos céus.
E, por isso, neste tabernáculo gememos, aspirando por ser revestidos da nossa habitação celestial (II Coríntios 5:1-2)”.
O mistério está exatamente em ter ou não esta esperança. A esperança do novo corpo, a esperança da glória.
“O mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações; agora, todavia, se manifestou os seus santos; aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória (Colossenses 1:26-27)”.
“E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como Ele é puro (I João 3:3)”.
Será que satanás sabe que o mistério é este? Que sem esta esperança jamais alcançaremos a promessa? Que esta esperança é a confirmação de que nós estamos em Cristo? É evidente que sabe! Ou então não seria inimigo.
Ciente de tal coisa, onde iria ele dificultar ao máximo a progressão daqueles que estão sendo chamados por Deus?
Até aqui, diria ele, vocês podem chegar, daqui para frente, não. É neste lugar, exatamente neste ponto sensível de nossa jornada, onde sem dúvida irá colocar os maiores e mais difíceis obstáculos.
Esta luta é bastante antiga, remonta desde o tempo de Abel e Caim.
Vejamos alguns versículos do Livro de Gênesis:
“Coabitou o homem com Eva, sua mulher. Esta concebeu e deu à luz Caim; então disse: adquiri um varão com o auxílio do Senhor. Depois deu à luz a Abel, seu irmão. Abel foi pastor de ovelhas e Caim lavrador (Gênesis. 4:1-2)”. Aqui começa a perseguição por parte daquele que não agrada a Deus.
“Tornou Adão a coabitar com sua mulher; e ela deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Sete; porque disse ela, Deus me concedeu outro descendente em lugar de Abel, que Caim matou (Gênesis 4:25)”.
Caim foi o primeiro filho nascido contra a vontade de Deus, mas pela vontade do homem. Ele nasceu em obediência a uma palavra que contradizia a que Deus havia dito, trazendo, com isto, grandes prejuízos ao homem. “Visto que atendeste a voz de tua mulher… maldita é a terra por tua causa… (Gênesis 3:17)”.
À mulher Deus disse: “Multiplicarei sobremodo os sofrimentos da tua gravidez; em meio de dores darás à luz filhos… (Gênesis 3:16)”.
Ora! Se ela passou a dar à luz com dores, implica em ter sido seus partos anteriores sem dores. Como exemplo, temos a virgem Maria, que concebeu e deu à luz: virgem.
O filho de Deus é nascido pela vontade de Deus e não do homem.
“Não como Caim, que era do maligno, e matou a seu irmão… (I João 3:12)”.
Vejam como Eva se expressou quando deu à luz a este primeiro filho: “adquiri um varão com o auxílio do Senhor (Gênesis 4:1)”. Ela contou, naquela ocasião, somente com a ajuda, com o amparo de Deus; o que significa ter sido aquele ato, fruto de sua própria vontade.
A sua atitude em relação a Sete (Gênesis 4:25), foi bastante diferente; senão vejamos: “Deus me concedeu outro descendente em lugar de Abel…”
Aludindo-se a Sete, a história é outra, seu nascimento se deu em obediência à palavra de Deus; foi-lhe outorgado por Deus o direito, pois que estava tudo de acordo com a palavra pré-estabelecida. Este filho foi-lhe dado por Deus.
Caim saiu para um lado, e os filhos de Deus para outro; constituindo-se em duas árvores genealógicas.
Em Lucas Capítulo 3, vemos a árvore da genealogia de Jesus Cristo. No verso 38, temos: “Cainã filho de Enos, Enos filho de Sete, e este filho de Adão e consequentemente, Adão filho de Deus”.
Não aparece, nesta árvore, a pessoa de Caim e nem de seus descendentes.
Não foi fácil para Deus manter esta separação.
“Como se foram multiplicando os homens na terra, e lhes nasceram filhas, vendo os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas tomaram para si mulheres, as que entre todas, mais lhes agradaram (Gen. 6:2)”.
Apesar de separados em espírito, eram todos de uma mesma carne.
Deus não se agradava do que via, chegando a se arrepender de ter criado o homem. Só não o fez desaparecer da face da terra por causa de Noé que, segundo as escrituras, andava com Deus.
Apesar da limpeza realizada na terra, através do dilúvio, Deus não eliminou de toda a terra a maldade do homem. Foi dessa família escolhida por Deus que o pecado começou novamente a atuar. Dos filhos de Noé foi que originaram povos, tais como: os filisteus, os cananeus, e outros mais; edificadores de Sodoma, Gomorra, Torre de Babel etc. Mas foi também dentre os descendentes de Noé que Deus escolheu uma linhagem, de onde separou Abraão. De Abraão nós temos: Ismael e Isaque.
O que nós pretendemos com esta elucidação é mostrar que o pecado está em toda carne, como bem frisou o Apóstolo Paulo em Romanos 3:23: “… todos pecaram e carecem da glória de Deus”. E que somente aqueles que são nascidos de Deus é que darão credito à palavra de Deus. E ainda: que Jesus foi o escolhido, eleito por Deus para tirar o pecado do mundo. Este mesmo pecado que acompanha o homem desde sua origem carnal.
Jesus conseguiu o que ninguém havia conseguido anteriormente, vencer de uma vez por todas os desejos da carne, mostrando que isto é possível. Nós vimos que sempre havia da parte do homem, por melhor que ele fosse, uma falha que propiciava uma descendência maligna. Em Jesus Cristo não houve falha, em consequência, não haverá outro nome e nem outra doutrina capaz de nos conduzir a Deus, capaz de tirar os nossos pecados.
“Sabeis também que ele se manifestou para tirar os pecados, e nele não existe pecado (I João 3:5)”. Jesus Cristo não deixou nenhum descendente segundo a carne. O processo de separação termina com Ele, que conquistou a vitória sobre o pecado, ou seja, o desejo da carne, não temendo a morte, que sempre foi o maior impedimento para o homem, em suas pretensões.
“Vemos, todavia, aquele que, por um pouco, tendo sido feito menor que os anjos. Jesus, por causa do sofrimento da morte, foi coroado de glória e de honra, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todo homem (Hebreus 2:9)”.
A morte havia se tornado o grande trunfo do diabo; constituindo-se na maneira covarde de nos intimidar. Ele persegue com ameaças de morte todo aquele que se acha impedindo seus planos.
“…foge para o Egito, e permanece lá até que eu te avise; porque Herodes, há de procurar o menino para o matar” (Mateus 2:13).
Esta vontade de matar e perseguir é própria dele e de seus descendentes.
“Por isso, pois, os Judeus ainda mais procuravam matá-lo…” (João 5:18)
Jesus foi caçado e perseguido a todo o tempo, principalmente, depois que se manifestou publicamente contra as obras do diabo.
“Assim contra vós mesmos, testificais que sois filhos dos que mataram os profetas. Enchei vós, pois, a medida de vossos pais. Serpentes, raça de víboras; como escapareis da condenação do inferno?” (Mateus 23:31-33).
Daí a importância de se crer na vida eterna, na ressurreição dos mortos, no reino de Cristo sobre a terra, na redenção do corpo, na glorificação dos filhos de Deus; na participação comum dos filhos, na glória do Pai.
Foi por causa destas verdades que Jesus foi perseguido e morto. Por outro lado, foi em razão da confiança, nelas depositada, que ele ressurgiu dos mortos, provando a morte por todo homem. Para ele, sim, foi muito mais difícil. Provar, aqui, tem o sentido de experimentar, experiência. Só ele teria fé, coragem para dizer a verdade, revelando o verdadeiro propósito de Deus, claramente, sob todas as ameaças de morte, perseguições, incompreensão, injustiça, enfim, contra tudo e todos. Nada lhe era favorável, aparentemente.
Experimentou a morte, provou dela, mostrando que não podia ser ela impedimento para a obediência à palavra de Deus.
O que Jesus fez não foi outra coisa senão cumprir toda a justiça, em detrimento da própria morte.
Jesus conhecia a vontade de Deus. Ele não estava ali na dependência de nenhum homem. Tinha como certa a sua ressurreição.
“Eis que subamos para Jerusalém e o Filho do homem será entregue aos principais sacerdotes e aos escribas; condená-lo-ão à morte e o entregarão aos gentios; hão de escarnecê-lo, cuspir nele, açoitá-lo e matá-lo; mas depois de três dias ressuscitará” (Mar 10:33-34).
Do que lhe estava proposto, nada era como que uma novidade, razão pela qual não se escandalizava, pelo contrário, tinha sempre respostas de conformidade com a palavra de Deus, que justificavam os acontecimentos, o que revelava seu conhecimento e sua obediência às Escrituras Sagradas.
“Então passou Jesus a dizer-lhes: Hoje se cumpriu a escritura que acabais de ouvir. Todos lhe davam testemunho e se maravilhavam das palavras de graça que lhe saíam dos lábios, e perguntavam: Não é este o filho de José?” (Luc 4:21-22)
É bem verdade que não foram todos os que aceitaram as suas palavras e os que as resistiram, Ele os chamou de raça de víboras.
A princípio, pensei tratar-se de uma maneira agressiva de se responder, mas isto não aconteceu. Jesus não os agrediu e sim disse a verdade; não poderia dizer outra coisa, sob pena de estar mentindo. O que ninguém deve esquecer é que Ele era a luz.
“Quem é de Deus ouve as palavras de Deus; por isso não me dais ouvidos, porque não sois de Deus (João 8:47)”.
Reportando ao que foi dito por Eva, vemos que disse: “Deus me concedeu outro descendente em lugar de Abel, que Caim matou”.
Descendência, constitui a série de pessoas que procedem de uma mesma origem.
Caim era irmão de Abel, mas Eva disse, com relação a Sete, outro descendente em lugar de Abel, ou seja, do mesmo tronco, da mesma geração a que havia pertencido Abel.
Caim, então, apesar de filho de Eva, não era filho de Deus, ele pertencia a uma outra raça, outra descendência.
Jesus chamou, como já vimos, os escribas e fariseus de serpentes, raça de víboras. Não se tratava de uma agressão, nem de uma ofensa. Se sentiram ofendidos, ofenderam-se com a verdade. Eram eles descendentes de Caim e conseguintemente filhos da serpente, raça de víboras.
Ninguém espera nascer de uma cobra, senão cobra. “Não pode uma árvore má produzir bons frutos”. (Mateus 7: 17).
“Ou fazei a árvore boa e o seu fruto bom, ou a árvore má e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore.
Raça de víboras, como podeis falar cousas boas, sendo maus? Porque a boca fala do que está cheio o coração (Mateus 12:33-34)”.
O Senhor Jesus deixou bem claro que o homem (a árvore) seria conhecido, não pela sua aparência ou através de suas obras, mas mediante suas palavras (frutos).
Onde existem muitas árvores juntas, há também maior dificuldade para se distinguir as espécies. Em um mato, até certo ponto cerrado, existem diversas árvores muito parecidas com pequizeiros; no entanto, somente aquelas nas quais encontrarmos pequis, diremos, com certeza, tratar-se de pequizeiros.
Existe ainda um porém: vem do Sul para a Região Centro-Oeste um cidadão que jamais viu um pequi. Não conhecendo o fruto, como poderá afirmar ser aquela árvore um pequizeiro? É necessário conhecer o fruto; uma vez que é por intermédio deste que se conhece a árvore.
Então, na realidade, a coisa não é tão fácil como se pensa ou como muitos julgam por aí. Para gerar, formar filhos para Deus, primeiro tem que ser filho de Deus. E para ser filho de Deus, é necessário nascer de novo; o que não acontece sem antes morrer.
“Porque ainda que tivésseis milhares de preceptores em Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais; pois eu pelo Evangelho vos gerei em Cristo Jesus (I Coríntios 4:15)”.
“Meus filhos, por quem de novo sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós” (Gálatas 4:19).
Quem não conhece nada do Evangelho, única doutrina que gera filhos para Deus, é como aquele sulista que veio para a região Centro-Oeste. Tornar-se-á imprudente se entrar em uma de nossas matas e afirmar ser aquela árvore pequizeiro; uma vez que não conhece árvore e muito menos o fruto.
O fruto bom é, portanto, o Evangelho. A doutrina de Cristo é a árvore boa, aquela que possui este fruto.
Muito cuidado! Para não comer gato por lebre.
“Em verdade, em verdade vos digo: o que não entra pela porta no aprisco das ovelhas, mas sobe por outra parte, esse é ladrão e salteador (João 10:1)”.
Esta declaração de Jesus nos esclarece muito. O que não entra pela porta é o que não passou pela sua doutrina. Utilizando-se de uma outra doutrina, realiza o mesmo trabalho daquele que passou pela porta, com uma diferença: o que passa pela doutrina de Cristo por causa das ovelhas morre por elas; já, o que entra no aprisco pelo muro, não dá a vida pelas ovelhas.
Nós estaremos sempre vendo uma figura interpondo, astuciosamente, em nosso caminho; com engano, mentira, hipocrisia, falsidade etc. Isto, se estivermos usando o colírio, aconselhado por Deus em Apocalipse 3:18.
“A terra estava corrompida à vista de Deus, e cheia de violência. Viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque todo ser vivente havia corrompido o seu caminho na terra. Então Deus disse a Noé: Resolvi dar cabo de toda carne…”
O que nós podemos perceber é que, embora Noé tivesse sido chamado por Deus, juntamente com sua família, também eles faziam parte dos seres viventes citados por Deus nos versículos acima, os quais também foram vítimas da corrupção.
Corromper diz-se de alguma coisa que perdeu a sua condição natural, sua originalidade. O caráter do homem naquelas alturas já não era mais o mesmo. Sua natureza era outra.
Quando Deus criou, o fez tudo segundo sua espécie. Pressupõe-se que havia uma preocupação sua em não misturar as espécies. Haja visto o que foi dito por Adão quando Deus fez a mulher, expressando assim: “Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne… (Gênesis 2:23)”. O que demonstra a ansiedade que tinha por sua fêmea. Tratava-se, portanto, de uma mesma espécie, não havendo nenhum impedimento no relacionamento de ambos. Mas o que percebemos é que Adão aguardou a criação da mulher que tinha a sua mesma natureza.
Sabemos que quando uma espécie se mistura a outra diferente, essa terceira não produz vida, é estéril; como o jumento, que, acasalando com uma égua, gera o burro ou a mula, os quais não podem se reproduzir naturalmente.
Nós buscamos o conceito de espécie, como ilustração, para melhor entendimento: são indivíduos que, quando se cruzam, geram descendentes férteis. E ainda que: os indivíduos pertencentes a uma mesma espécie, possuem o mesmo número de cromossomos. Em consequência, uma terceira que diz: quando os indivíduos são de espécies diferentes e se cruzam, geram descendentes estéreis.
Isto nos foi fornecido por um amigo, em uma clínica veterinária e entra, como frisamos, para ilustrar.
Vimos um pouco atrás que os filhos de Deus, diante da formosura apresentada pelas filhas dos homens, tomaram-nas como esposas.
O fruto deste relacionamento não agradou a Deus. A espécie gerada não podia se reproduzir, não possuía vida em si mesma, era estéril. Cada vez que um filho de Deus se cruzava com uma filha do homem, estava decretando sua morte e o fim de sua geração.
Toda carne havia se corrompido, ninguém sabia mais quem era quem, ou seja, quais eram os descendentes de Caim e quem realmente pertencia à geração de Adão. Isto, é evidente, foi se agravando dia a dia.
“Contigo, porém, estabelecerei a minha aliança; entrarás na arca, tu e teus filhos e tua mulher e as mulheres de teus filhos”. (Gênesis 6:18).
Depois de haver tomado a resolução de eliminar toda carne, em que havia fôlego de vida (Gênesis 6:17), Deus fez uma aliança com Noé. Se houve aliança, subentende-se ter havido direitos e obrigações de ambos os lados. Se Noé, não obstante ser um homem que andava com Deus, não tivesse disposto a cumprir as obrigações impostas por Deus, jamais teria alcançado o direito de permanecer vivo (Gênesis 17:22).
Mesmo corrompido, Deus sabia que Noé fazia parte de sua descendência, e lhe era necessário preservá-la, para dar cumprimento à sua palavra (Gênesis 3:15).
Começa, portanto, o processo de escolha, no sentido de manter sua semente, visto ter Ele elegido sua descendência.
“… assim como nos escolheu Nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante Ele; e em amor nos predestinou para Ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade… (Efésios 1:4)”.
Deus nunca errou, todos que foram por Ele eleitos também os escolheu, e fazem parte de sua descendência.
“E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou”. (Romanos 8:30).
“Porque eu escolhi para que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, a fim de que guardem o caminho do Senhor, e pratiquem a justiça e o juízo; para que o Senhor faça vir sobre Abraão o que tem falado a seu respeito (Gênesis 18:19)”.
O Senhor escolheu a Abraão, o qual também já havia sido eleito em Cristo.
Todos os eleitos fazem parte do Corpo de Cristo, do mesmo modo que todos os escolhidos pertencem à raça eleita, geração santa, descendência de Deus.
Para que ninguém pudesse alegar injustiça, o Senhor chamou todos para serem salvos em Cristo, porém, de antemão, sabe-se que nem todos ouvirão sua voz. Os que não derem ouvido à sua palavra é porque não fazem parte dos filhos de Deus, de sua semente, sua raça.
“O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que Eu vos disse são espírito e vida (João 6:63)”.
“Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade… (João 8:44)”.
“… Não vos escolhi Eu em número de doze? Contudo um de vós é um diabo (João 6:70)”.
Como a carne para nada aproveita e sim as palavras, e estas, por sua vez, são espírito e vida, quando vindas de Deus, explica a preocupação que o diabo tem em interferir, em adulterar a palavra de Deus.
No final da carreira, terá aproveitamento somente as palavras (espírito) e não a carne. Esta, por sua vez, será eliminada completamente.
“E agora digo isto irmão: que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herda a incorrupção (Romanos 8:50)”.
Visto ser o diabo homicida desde o princípio, entende-se que ele permanece realizando homicídios. Que tipo de homicídio? Matando a carne? Também! Porque esta conduz o espírito, e o tempo na carne é que temos para nos concertarmos com Deus, uma vez que, pelo que vimos, a corrupção abrange a todos. Mas a sua preocupação maior é adulterar a palavra de Deus, a Doutrina de Cristo, tendo em vista ser ela o instrumento de Deus para tirar os nossos pecados, as nossas iniquidades.
“E bem sabeis que Ele se manifestou para tirar os nossos pecados; e Nele não há pecado (I João 3:5)”.
“Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado (João 15:3)”.
Hibridando a Doutrina de Cristo, a palavra de Deus, através de uma mistura com sua doutrina (fermento), ele a torna estéril, improdutiva, sem vida. O que fica então? Se não há vida? Carne, somente carne! E esta fadada está ao desaparecimento.
“Uma voz diz: clama, e alguém pergunta: que hei de clamar? Toda a carne é erva, e toda a sua glória como a flor da erva; seca-se a erva, e caem as flores, soprando nelas o hálito do Senhor. Na verdade, o povo é erva; seca-se a erva e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente (Isaias 40:6-8)”.
A única palavra que vai permanecer eternamente é a de nosso Deus. A dos demais não hão de permanecer eternamente.
É extremamente necessário que o povo de Deus entenda que a carne é erva, e que não somente reconheça, mas creia. Parece que nós não estamos levando muito a sério a palavra de Deus.
“… Viu João a Jesus que vinha para ele e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo! (João 1:29)”.
“E diziam aos montes e aos rochedos: Cai sobre nós e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro; porque é vindo o grande dia da sua ira; e quem poderá substituir (Apocalipse 6:16-17).”
Jesus é aquele que tira o pecado do mundo. É o único capaz de fazer isto. Ele tirou, tira e vai continuar tirando até o final. No fim, o que vai sobrar é erva; e esta não suporta fogo, e o fogo então pegará e toda carne será queimada. O que for erva não subsistirá.
“Ora, os céus que agora existem, e a terra, pela mesma palavra têm sido entesourados para o fogo, estando reservados para o dia do juízo e destruição dos homens ímpios (II Pedro 3:7)”.
Na proporção que cresce a iniquidade no mundo, aumentam também as tribulações. Isto porque estas sempre estão em proporção direta às revelações de Deus. Muito pecado significa muita impureza, no ouro ou na prata, e em razão disso muito fogo é necessário para tirar as escórias existentes. Quanto mais Deus nos revela, mais de nós Ele exige. E não resolve se esconder das revelações. Ele vem se mostrando, vem se revelando até revelar-se por completo. É a edificação do corpo, a construção da cidade. Ao longo desses dois mil anos, Deus tem aumentado as revelações, as quais funcionam como purificador, na medida em que cresce a iniquidade no mundo.
No decorrer da vida da Igreja, nós percebemos que isto aconteceu em espaços bem defasados. Doravante, porém, isto não mais deve acontecer, tendo em vista a proximidade do dia do Senhor, o nascimento do filho varão, aquele que há de reger as nações, a quem esperamos. Este fato nos lembra as dores daquela que está para dar à luz. Aumenta a intensidade das dores na medida em que diminui o espaço entre elas. Este processo tem sequência até que a mulher não suporta mais e grita; mas seu grito só encontra alívio com o nascimento do filho. A glória da Igreja será guardar o testemunho de Jesus, até que o Senhor venha; no entanto, haverá um instante em que nossas forças se esgotarão, como da mulher, nada mais poderá nos aliviar, senão a vinda de Cristo. Ele está sendo formado em nós, gerado na Igreja, um dia terá que nascer.
“Viu-se grande sinal no céu, a saber, uma mulher vestida do sol com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça, que achando-se grávida, grita com as dores de parto, sofrendo tormentos para dar à luz (Apocalipse 12:1-2)”.
Nós estamos diante de uma descrição fantástica. Estamos vendo a Igreja gloriosa, que tanto almejamos. A mulher vestida do Sol, sem dúvida indicativo de glória. Todavia, existem detalhes importantíssimos e que precisam ser evidenciados, tais como:
– “… lua debaixo dos pés”.
É certo que esta mulher terá a lua debaixo dos pés. Creio não ser novidade para ninguém; trata-se daquele em quem um dia se achou iniquidade: satanás, aquele que governa as trevas.
“Fez Deus os dois grandes luzeiros: o maior para governar o dia, e o menor para governar a noite; e fez também as estrelas (Gênesis 1:16)”.
Numa escala de proporção decrescente, temos o sol, a lua e as estrelas, simbolizando Cristo (Sol); o príncipe deste mundo (lua), cuja luz só aparece na noite; e finalmente, as estrelas (Os Cristãos) que brilham nas trevas.
– “… uma coroa de doze estrelas”.
A mulher trará consigo, e não se esconderá de ninguém, o testemunho dos apóstolos de Cristo, o Evangelho de Jesus, sua Doutrina.
Esta coroa na cabeça revela dois aspectos importantes, a saber: a mulher lançou fora a hipocrisia e não se envergonha mais da doutrina de Cristo.
– “… achando-se grávida, grita com as dores do parto, sofrendo tormentos para dar à luz”.
Acredito nada ter a acrescentar. Uma vez convertidos os nossos corações aos corações dos nossos pais (Apóstolos) e tendo a lua debaixo dos nossos pés, nada mais iremos desejar, senão Jesus. E, a uma só voz, diremos: vem, Senhor! Vem, porque estamos prontos! Vem, porque nós não suportamos mais vivermos longe de Ti.
São estas as incontestáveis características da mulher vestida do sol. Ela é virgem, não aceita ser cortejada pelo diabo, muito menos seus presentes, e o fruto que nela está sendo gerado é do Espírito Santo. Seu esposo, Ela o terá. A lua debaixo dos pés nos dá a entender um total desprendimento, menosprezo e não como aquela que, iludida, deixando-se vencer pela vaidade, foi vista vestida de púrpura e de escarlata, adornada de ouro, de pedras preciosas e de pérolas, montada numa besta, ou seja, dominando sobre o sistema – (Apocalipse 17:3-4).
Aí estão as duas Igrejas gloriosas, uma aos olhos de Deus e outra será grande diante dos homens.
“Eu falo das cousas que vi junto de meu Pai; vós, porém, fazeis o que vistes em vosso pai (João 8:38)”.
“Vós sois do diabo, que é o vosso pai, e quereis satisfazer-lhe aos desejos… (João 8:44)”
Criada então estava a questão. Todos queriam ser filhos de Deus (João 8:41). Todavia, Jesus sabia quem era e quem não era. Havia duas gerações distintas, duas raças que não se podiam cruzar, dois pais, cujos filhos estavam ali, cada um realizando a vontade de seu pai.
É interessante observarmos que, aos filhos do diabo, ele não se revela como diabo e sim como Deus; pois estes afirmavam: temos um pai que é Deus.
Outro detalhe é que aquele povo era extremamente zeloso em suas ações e seus atos. Não se podia acusá-los, a não ser alguém que conhecesse a verdade.
Não se tem notícia do extermínio desta raça, deste povo. Assim sendo, o que estaria ele fazendo hoje? Como identificá-lo?
“Porque com o coração se crê para Justiça, e com a boca se confessa a respeito da salvação”. (Romanos 10:10)
“Sabendo Paulo que uma parte do Sinédrio se compunha de saduceus e outra de fariseus, exclamou: varões, irmãos; eu sou fariseu, filho de fariseus; no tocante à esperança e à ressurreição dos mortos sou julgado.
Ditas estas palavras, levantou-se grande dissensão entre fariseus e saduceus, e a multidão se dividiu. Pois os saduceus declaram não haver ressurreição, nem anjo, nem espírito; ao passo que os fariseus admitem todas essas cousas.” (Atos 23:6-8)
Com o coração se crê e com a boca se confessa, declara, para a salvação, porque a boca fala o que tem dentro do coração.
Uma coisa é admitir outra é acreditar.
Enquanto Paulo estava sendo julgado porque cria na ressurreição e por causa da esperança da promessa, os fariseus, que admitiam tais coisas, pelo menos tinham conhecimento, o estavam condenando.
Onde está a diferença que normalmente nós não observamos? Depois que nos é revelado por Deus, torna-se simples: diz respeito, unicamente à fé. Sem a fé é impossível agradar a Deus; e quando se crê, fala-se. Os fariseus admitiam, porém não criam. E por que sabemos que não criam? Porque não confessavam, não pregavam, não externavam aquilo. Por esta razão tinha-se convicção da falta de fé. O fato é que não podiam exteriorizar o que, na realidade, não existia em seus corações.
Por outro lado, Paulo, não somente admitia, mas também cria, e por que cria? Porque falava, confessava com fé. Era algo que brotava em seu coração.
Este processo nos traz justiça e salvação, segundo o Evangelho que cremos. É também uma segurança para quem crê no que é verdadeiro. O plano de Deus é perfeito. Ninguém vai conseguir falar de coração o que não tem dentro do coração. “… porque a boca fala do que está cheio o coração”. (Lucas 6;45)
Os adeptos da doutrina dos fariseus admitem, porém não creem, não podendo assim agradar a Deus.
“Porque está é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor. Nas suas mentes imprimirei as minhas leis, também sobre os seus corações as inscreverei; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (Hebreus 8:10).
“Estando já manifestos como carta de Cristo, produzida pelo nosso ministério, escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, nos corações.” (II Coríntios 3:3).
Se cremos nisto, não há possibilidade de sermos confundidos. Quem vai inscrever no coração do homem de Deus a palavra de Deus é o próprio Espírito de Deus. Se conhecemos o fruto, conheceremos também a árvore.
Os fariseus talvez não existam mais, mas a doutrina permanece. É a mesma raça, a mesma semente.
“Como crê se não há quem pregue e como pregarão se não forem enviados?” (Romanos 10:15)
“O enviado de Deus fala as palavras dele…” (João 3:34).
“Tendo, porém o mesmo espírito de fé, como está escrito: Eu cri, por isso é que falei, também nós cremos, por isso também falamos” (II Coríntios 4:13).
Verificando então o que está escrito a respeito dos escribas e fariseus, notamos que eles não tinham este comportamento de fé. Não havia neles uma determinação em esclarecer o povo. As pessoas eram simplesmente levadas, conduzidas como cegos. Ou criam no que eles criam, ou nada feito.
Até este ponto, não se podia manifestar contrário a eles. As penas sofridas eram as mais absurdas; haja visto o que fizeram com Jesus, Pedro, Paulo, Estevam, etc.
Ao dizer a verdade, o Senhor condenou veementemente, com suas palavras, este tipo de doutrina.
“Ai de vós escribas e fariseus, hipócritas! Porque fechais o reino dos céus diante dos homens; pois, vós não entrais, nem deixais entrar os que estão entrando”. (Mateus 23:13 e Lucas 11:52).
Outro detalhe com relação a este povo está em Mateus 23: 34-36, quando Jesus profetiza a seu respeito, atribuindo-lhe a responsabilidade pelo derramamento de todo sangue justo sobre a terra, desde o sangue de Abel até o de Zacarias.
No Verso 36, o Senhor disse o seguinte: “Em verdade vos digo que todas estas cousas (citadas no verso 34), hão de vir sobre a presente geração.”
Ao dizer “presente geração”, Jesus estava se referindo aos descendentes de Caim, à raça de víboras, aos filhos da serpente. A geração da serpente foi responsabilizada. Não se tratava somente daqueles que viviam naquela época, mas todos, começando por Caim. A promessa de Deus é para sua descendência e não a do diabo.
“Assim, contra vós mesmos testificais que sois filhos dos que matam os profetas. Enchei vós, pois, a medida de vossos pais.
Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?” (Mateus 23:31-33).
O fato é, irmãos, que tem joio no meio do trigo! E olha que parece demais uma coisa com outra.
Nós julgamos ser esta raça, à qual o Senhor responsabilizou a morte dos profetas, a mesma que continuou matando e perseguindo todos aqueles que manifestaram contrários à sua doutrina.
“Enchei vós, pois, a medida de vossos pais” (Mateus 24:32).
É, sem dúvida, uma questão de “espécie”, indivíduos, que se cruzam e terão descendentes férteis. Doutrina de demônio gerando filhos do diabo.
Quando aparece um testemunho como o de Paulo, que se preocupava em guardar a semente de Deus, em não deixá-la ser misturada com outra espécie, normalmente, dura pouco; ainda mais em nossos dias, onde poucos entendem o significado da ressurreição de Jesus Cristo.
O Apóstolo Paulo sempre deixou transparecer uma preocupação enorme no sentido de conservar as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo. Nas cartas a Timóteo, então, é impressionante o quanto ele chama a atenção de seu filho na fé para se manter firme no que ele o havia ensinado.
A verdade é que o testemunho dos Apóstolos foi se apagando, na medida em que iam sendo mortos aqueles que sabiam o que estavam falando. Os que não sabiam o que diziam foram aumentando em relação aos que tinham o testemunho; os quais em razão da grande perseguição empreendida sobre eles acabavam cedendo, deixando ser hibridada a palavra original. Daí para frente, este testemunho não mais gerava filhos para Deus, pois que se tornou estéril, ao se cruzar com outra espécie.
Através da manipulação, sabemos que o homem tem alcançado resultados fabulosos, a seu ver; mas nós estamos falando aqui de cousas que devem guardar suas originalidades.
Uma verdade, quando recebe qualquer quantidade de mentira, torna-se mentira. Deixa de ser verdade.
O comportamento do homem em nossos dias reflete muito bem o seu respeito, a sua reverência às coisas de Deus.
Para satisfazer a sua sede de poder, sua vaidade, seu orgulho, seu egoísmo, sua prepotência, seu ímpeto desenfreado por riqueza, o homem tem cometido os maiores absurdos, sob pretexto de trazer para a humanidade dias melhores. E, se quiserem observar, irão notar um envolvimento gradativo e crescente da igreja em tudo isto. Parece que a doutrina dos filhos do diabo progrediu muito. Até então, tinha-se, pelo menos, um certo temor às coisas relacionadas a Deus; doravante, nem isto se tem mais. Deturpam criminosamente o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, sob alegação de estarem agindo em defesa do povo e cumprindo determinações cristãs. Não vamos citar nomes, nem denominações, porque o próprio mundo tem estado estarrecido diante do efeito causado, em consequência do resultado desta prostituição.
“… pois todas as nações têm bebido do vinho do furor da sua prostituição… (Apocalipse 18:3)”.
A igreja prostituta é a grande responsável pelo desregramento, pela desordem, pela balbúrdia que se verifica hoje, em todas as nações; sinal evidente da aproximação do dia em que ela mesma haverá de beber, em porção dobrada, no cálice transbordante de suas abominações.
“… no cálice em que ela misturou bebidas, misturai dobrado para ela (Apo. 18:6)”.
Esperamos tê-lo acordado para a necessidade que temos de conhecer o fruto. É tempo de lutar e não de dormir; ainda é dia. Nós somos do dia e não da noite. Quem tem sede vai ao pote, e quem tem fome, procura alimento.
Talvez estejamos enganados, mas eu pergunto: seria uma atitude correta vivermos como mulher vagabunda, qualquer um que chega é dono? Nós não pensamos assim, irmãos! Queremos conhecer a fonte da água que bebemos.
Por esta razão, chamamos sua atenção para examinar o que foi falado, meditar, fazer uma acareação com as escrituras sagradas; olhe o tempo, a natureza, os acontecimentos, enfim, o nosso desejo é vê-lo agindo; caso contrário, nada disso terá efeito. Nosso trabalho visa impulsioná-lo, empurrá-lo, apenas e nunca dominá-lo.
Se nós sabemos em quem estamos crendo, não há motivo para medo, não há lugar para covardia.
“… sei em quem tenho crido, e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia (II Timóteo 1:12)”.
“… se já morremos com ele, também viveremos com ele (II Timóteo 2:11)”.
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Quanto às perguntar feitas no início, caso não tenhamos respondido a contento, respondam-nas. É muito importante.
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NOSSO PENSAMENTO
“Não devemos impedir a porca de viver onde ela tem prazer; e muito menos devemos levar a lama para onde não se deve, com o propósito de agradá-la”.
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Chegamos até aqui depois de uma verificação em diferentes aspectos, relacionados com o comportamento e reações verificadas no homem, de um modo geral, em relação às Escrituras Sagradas, procurando sempre dar maior ênfase e tendo, como última palavra, o testemunho de Jesus Cristo, ou de seus Apóstolos, por considerarmos estes homens, bem como João Batista, os responsáveis pela implantação, no mundo, de uma doutrina revolucionária e, sob todos aspectos, perfeita. A única que deu testemunho da verdade; ou seja, provou sua eficácia através da ressurreição de Cristo.
Várias são as doutrinas existentes no mundo, porém não se tem notícia de alguma que tenha dado cumprimento àquilo que por ela foi testificada.
Jesus, na verdade, não disse muita cousa para explicar sua doutrina. Não fosse a curiosidade causada pelo impacto de suas revelações, Ele a teria resumido em pouquíssimas palavras. Pelo valor, pela importância do que foi dito, tem-se esta impressão.
Nota-se que Mateus, Marcos, Lucas, João, Pedro, Paulo etc., relataram, mediante perspectivas diferentes, alguns poucos pontos fundamentais do Evangelho de Cristo.
“Autorizamos o uso dos artigos destas Apostilas, desde que citada a fonte”.
Rua das Acacias, Qd. 03, Lt. 06, Residencial dos Ipês, Goiânia Goiás. CEP: 74.740.000 – Tel (062) 3205-3512
[1] João capítulo 8 ver. 44