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Nota Introdutória.

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NOTA INTRODUTÓRIA

Mesmo que queiramos, parece ser em vão o esforço de explicar, ordenadamente, os fatos que vêm ocorrendo entre nós, no que diz respeito a compreensão e evolução do evangelho em nossos dias.
O evangelista Lucas, ao escrever o evangelho conforme viu, imaginava, certamente, poder colocar tudo em uma ordem perfeita, de tal modo que pudesse facilitar a difícil leitura das Escrituras Sagradas, permitindo ao leitor, ao tomar conhecimento de seus escritos, uma mais fácil conversão e, conseqüentemente, entrada no Reino de Deus.
Inegavelmente, Lucas contribuiu muito para que tivéssemos, hoje, o Novo Testamento escrito. Tanto o evangelho, como a forma inteligente como descreveu os Atos dos apóstolos, em nada contrariando as outras Escrituras Sagradas, por si só, já nos garante que sua contribuição, assim como a dos demais escritores da bíblia, tiveram a inspiração Divina.
Mas, então, por que o Espírito Santo não permitiu a ordem desejada por ele e por tantos outros que tentaram e tentam, ainda hoje, facilitar a compreensão das Escrituras consideradas Sagradas? O que nos parece, é que isto jamais poderá ocorrer.
Observem que ao iniciar o seu evangelho, Lucas confessa que, além dele, muitos quiseram fazer a mesma coisa, quem sabe até tenham feito. No entanto, a narração de Lucas teve a inspiração Divina. Quanto às demais, ninguém pode assegurar a mesma sorte. Mas, a ordem dos fatos desejada por Lucas, acredito que ninguém conseguiu e nem conseguirá.
Assim, entendemos que há grande diferença entre o que se faz inspirado por Deus e a contribuição apenas humana, no sentido de ajudar na edificação da casa de Deus, principalmente quando se quer explicar o evangelho.
“E Pedro, tomando-o à parte, começou a repreendê-lo, dizendo: tenha Deus compaixão de ti, Senhor; isso de modo nenhum te acontecerá.
Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não estás pensando nas coisas que são de Deus, mas sim nas que são dos homens”. (Mt 16:22-23)
Dessa forma, uma coisa é ajudar o homem sob o rigor da Palavra de Deus, a qual Ele não pode negar, e outra é tentar facilitar a vida na terra, aproveitando as Escrituras Sagradas, sem observar a parte relativa a Deus, o Seu ponto de vista, como foi o caso de Pedro. Esta última maneira de proceder não deixa de ser uma ação aparentemente boa, porém, maligna e deve ser rejeitada, com foi por Jesus.
Se Satanás não respeitou o próprio Deus e tentou desviá-Lo do verdadeiro caminho, imaginem o que ele não faz para impedir os que querem entrar no Reino de Deus? “Ai de vós, doutores da lei! Porque tirastes a chave da ciência; vós mesmos não entrastes, e impedistes aos que entravam”.(Lc 11:52)
Se o Espírito Santo nos ajudar neste momento e você que está acompanhando o nosso raciocínio, estiver disposto a fazer o que Jesus fez, ou seja, a vontade de Deus e não a do homem, Ele mesmo irá confirmar o nosso ponto de vista e, ao mesmo tempo, facilitar a sua compreensão de que existe perfeita lógica no que estamos falando.
A Palavra de Deus é a Árvore da Vida que continuará sendo guardada e protegida, exclusivamente, para quem, verdadeiramente, quer e ama a Jesus Cristo. “Quem não me ama não guarda as minhas palavras…” (Jo 14:24) “Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos”.(Mt 11:25)
Esta mesma Palavra vista agora sob um outro prisma, é a espada que faz a proteção da Árvore, impedindo que cheguem até ela sem passar pelo caminho inaugurado por Jesus. “Ninguém vem ao Pai senão por mim”. (Jo 14:6)
Se pudéssemos parar por aqui e dizer que tínhamos resumido com esta explicação o significado da Palavra de Deus e a dificuldade que temos para entendê-la, iríamos cometer um grande engano e prejudicar quantos viessem a pensar a mesma coisa.
A Palavra da qual estamos falando não pode, com o comentário que fizemos, deixar de ser estudada, examinada e analisada cuidadosamente, sob o pretexto de se ter chegado ao pleno conhecimento de Deus. Precisa sim ser vista como uma boa semente que, semeada em terra fértil, traz à existência um filho de Deus; deve ser observada como sendo o Espírito e a Vida de Cristo; o Caminho e a Verdade; o poder de Deus para salvar; a doutrina que julga a igreja hoje e a lei que irá julgar os que ficarem para o juízo final, e muito mais.
Como se não bastasse, é o Verbo que estava no princípio com Deus, e o Verbo se fez carne e habitou entre nós. A Palavra a que estamos nos referindo é Deus, e Deus não se explica senão através do Seu próprio Espírito. “… porque todos me conhecerão, desde o menor deles até o maior, diz o Senhor”. (Jr 31:34)
Algumas coisas podemos afirmar com certeza e, uma delas, é que o povo de Deus será constituído por todos aqueles que O conhecerem. “Então, lhes falarei claramente: nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais iniqüidade”.(Mt 7:23)
Logicamente, se pudéssemos resumir em alguns poucos passos o acesso do homem até Deus, estaríamos desfazendo uma série de providências, como vimos anteriormente, criadas por Ele exatamente para dificultar a Sua revelação. Deus deseja e quer que o homem O encontre, O ache e O conheça, mas, durante essa busca, estará nos provando. “E farei passar esta terceira parte pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a prata, e a provarei, como se prova o ouro. Ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: É meu povo; e ela dirá: O Senhor é meu Deus”.(Zc 13:9) Ele necessita estar convencido da nossa conversão, certo da nossa fidelidade e persuadido a respeito do nosso amor.
Se considerarmos que a nossa aproximação Dele e a vida que Nele encontramos nos proporcionam coisas preciosas e que estão muito além das nossas necessidades naturais, as quais, por sinal, também nos são dadas, veremos que é perfeitamente compreensível a dificuldade que nos é imposta, caso queiramos voltar para o céu. “… estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz à vida, e poucos são os que a encontram”. (Mt 7:17)
Além de tudo isso, deve-se levar em conta o fato de já termos sido reprovados uma vez, quando nossos pais entregaram o reino que estava em nossas mãos, a quem Deus havia recomendado que dele mantivéssemos distância.
Então, pelo pouco que foi escrito já se pode perceber a dificuldade de se colocar um assunto que a Deus pertence para ser entendido pelo homem natural. Escrevê-lo sob uma forma humana de compreensão, é realmente impossível. Assim, toda e qualquer Escritura, inspirada por Deus, deve ser lida e entendida com a ajuda do Espírito Santo e na presença do Espírito de Deus.
A providência de trazer de volta o homem para Si teve início desde quando, do Jardim do Éden, o homem foi lançado fora. Mas a exigência de se passar pela censura de Seus olhos e pelo rigor da Sua justiça deveria ainda continuar. Percebe-se que Deus entendeu perfeitamente que o homem havia sido enganado.
Todavia, não podia mais voltar atrás com Sua Palavra, ele já se encontrava morto, sepultado neste corpo. Os seus olhos já não mais viam a Deus e o seu corpo, já sem vida, era o corpo da morte. Havia se tornado conhecedor do bem e do mal, sem, contudo, possuir a capacidade de separar uma coisa da outra.
No entanto, existia ali, bem próxima, uma salvação já preparada, uma providência Divina para trazê-lo de volta com vida. Muito teríamos que falar sobre este assunto e vontade não nos falta; mas não é possível agora. Teríamos que ir muito longe para depois voltar. Se o comer da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal causou ao homem tudo isso, só uma Árvore com características totalmente opostas poderia salvá-lo. Foi exatamente o que Deus havia feito: plantada estava a Árvore da Vida. Todavia, persistiu um grande impedimento. Aquela Vida preparada era eterna e não poderia ser dada indiscriminadamente.
Providências foram tomadas, imediatamente, no sentido de protegê-la. “E havendo lançado fora o homem, pôs ao oriente do jardim do Éden os querubins, e uma espada flamejante que se volvia por todos os lados, para guardar o caminho da árvore da vida”. (Gn 3:24)
A Árvore da Vida é o Senhor! É Jesus Cristo! Para se alimentar Dele, para se comer do Seu fruto é necessário passar pela espada, por Sua Palavra, Sua doutrina. E o que mais nos chama a atenção é a forma como ela se apresenta para nós, sempre de um modo diferente, trazendo um conhecimento a mais, mostrando alguma coisa que ainda não vimos. Daí a espada estar, constantemente, mudando a sua direção ou posição.
Dessa forma, para se explicar a Deus, se falar Dele, e o conhecê-Lo, requer de nós a perseverança e o desejo ardente que nos permita superar os inúmeros obstáculos e a distância que separa o homem de Deus. Essa distância é o caminho referido por Jesus em Seu evangelho. Assim, por mais que nos esforcemos para colocar os nossos escritos em uma seqüência lógica, e que facilite a compreensão do nosso leitor, esbarraremos sempre nessa dificuldade imposta por Deus: o dinamismo de Sua Palavra.

A Editora
Fevereiro/2005

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