Reunião 07-10-2018 – Domingo manhã
Goiânia, 07 de outubro de 2018.
10 – Ser espiritual – Parte I
O que Deus falou conosco ontem à noite? Conhecemos as coisas naturais, as coisas deste mundo; desejamos as coisas deste mundo. Sabemos opinar, sabemos falar… As coisas do céu, as coisas do Reino de Deus pertencem a Deus. Quando Ele entrou no mundo, Ele falou: “O meu reino não é deste mundo.” (João 18:36). Quando Ele conversava com os discípulos, de vez em quando Ele falava sobre alguma coisa deste mundo, mas normalmente o que Ele falava era sobre as coisas do outro mundo. Os discípulos falavam: “Senhor explica-nos isso!” Então Ele respondia: “Vocês não entendem nem as coisas daqui e querem entender as coisas de lá!?”
Por que hoje temos uma igreja muito mais natural do que espiritual? É uma igreja que mal e ‘porcamente’ sabe das coisas daqui. Vocês concordam comigo? A igreja hoje só fala sobre as coisas daqui; não é uma igreja espiritual. Na reunião de ontem falávamos sobre isso. Então eu pergunto: Será que era Deus ou era eu que estava falando? Então eu sou espiritual? Porque, eu não falava das coisas daqui, estava falando sobre as coisas de lá. Portanto, será que eu sou espiritual? O Luiz disse que eu tenho muitas características de uma pessoa espiritual. No entanto, eu gripo, caio, machuco, quebro. Eu não sou igual a vocês? Eu sou igual a vocês. Será que Deus falou conosco, ontem, através de mim?
Na verdade, eu não sou espiritual. Sou natural; posso ter um dom espiritual. Considero-me natural ainda. Eu sofro as mesmas consequências que vocês; agora, eu posso ter um dom espiritual. Como nós falamos aqui: “Acerca dos dons espirituais não quero, irmãos, que sejais ignorantes.” (I Coríntios 12:1). No capítulo 14, versículo 1 fala: “Segui a caridade e procurai com zelo os dons espirituais.”
Portanto, é uma pessoa natural, que está no mundo e possui dom, ou dons espirituais. Agora, uma igreja cem por cento natural… Um Povo do Céu, um Povo de Deus, um Povo que fala das coisas relativas ao céu, relativas ao Reino de Deus, vocês concordam que não pode ser cem por cento natural? Esse povo precisa ter alguma coisa espiritual?
Quando uma pessoa vai à igreja, onde a igreja estiver reunida, igreja que se preze, ela estará buscando alguma coisa do mundo espiritual, qualquer que seja essa igreja, qualquer que seja esse povo. Se for budista, eles estarão buscando alguma coisa espiritual. E se for Islamismo? Eles não estarão buscando alguma coisa do mundo espiritual?
Se for espiritismo, de repente, eles começarão a conversar e ir atrás de alguma coisa espiritual, ou não? Seja o que for, se estiver querendo se relacionar, se envolver com Deus… O índio não se veste diferente dos outros? Ele não tem alguma coisa diferente dos outros? Nem que seja na loucura. Se ficar todo mundo igual, não adianta. Temos que ser, pelo menos, meio doidos. Natural por natural, o que estamos fazendo aqui? Bem ‘naturalzinho’ vamos ficar onde? Na nossa cama, em frente à televisão, no clube, envolvido com as coisas naturais.
Aí vem o que chamamos de igreja, o lugar, a nós vimos até aqui para continuar naturais? Você vem e passa uma manhã inteira aqui para ir embora sem ter nenhuma revelação!? Não sentiu nem o cheiro, não teve nada, nada espiritual!? Quem cantou, cantou naturalmente; quem falou, falou naturalmente, pronto. Aí eu pergunto: o que resolveu? Nada.
A Igreja tem alguma coisa de natural, mas ela busca ser espiritual. Porque o que interessa realmente para nós não é o natural. O natural você tem o dia inteiro, você é cem por cento natural. Você compra, vende, vai, vem, sobe, desce e isso tudo é natural. No mundo, levamos uma vida normal… Inconformados, inquietos, insatisfeitos com esse mundo, com essa natureza, com esse natural.
Olhamos e pensamos: “Deve existir, não é possível!” Agora, se pegarmos um cego, e levarmos o cego para cá, levarmos o cego para lá, colocarmos o cego ali, ele continuará do mesmo jeito. Por isso é que Deus fala: “Se um cego estiver guiando outro cego, dará um problema sério.” (Mateus 15:14).
Essa palavra ‘Igreja’ surgiu no Novo Testamento referindo-se aos cristãos, referindo-se à congregação dos cristãos. Os cristãos tinham uma característica diferente dos outros: ELES ERAM ESPIRITUAIS. Se eles vissem alguma coisa natural, eles ligavam ao espiritual. Eles fechariam os olhos e olhariam esse jarro espiritualmente. Tudo eles olhavam naturalmente e discerniam e meditavam sobre aquilo espiritualmente.
Quando se fala “Igreja”, você já se lembra de pessoas espirituais. Por exemplo: se você coloca uma fita de Nossa Senhora, ou então, como o meu pai, que era Congregado Mariano e vestia aquela roupa vermelha, que era da Irmandade do Santíssimo… Eles colocam aquela bata vermelha, aquela faixa no peito, por quê? Para simbolizar, para mexer com alguma coisa espiritual.
Por que eles reforçam que Maria apareceu lá em Lourdes para três criancinhas? Aquilo vem para fortalecer a igreja, para que a igreja tenha alguma coisa espiritual; porque, não existe igreja que não seja espiritual. Os espíritas tentam ter alguma coisa espiritual. E nós não poderíamos ser diferentes, alguma coisinha espiritual nós temos que ter.
O meu pai tinha em casa o lugar o qual ele chamava de oratório. Lá dentro tinha uma imagem, que não me lembro de quem era, e umas três imagens menores. Uma delas eu me lembro que era de São Judas Tadeu. Mais para cima tinha um livro, não era uma Bíblia, era um livro no qual ele acompanhava algumas coisas. Ali tinha umas velas acesas no azeite e aquilo queimava o dia inteiro.
O meu pai era espiritual? Quando a pessoa é natural, ela não tem ligação nenhuma com o espírito. Espiritual é a pessoa que acredita no mundo espiritual. Quando fala-se que uma pessoa é espírita, [sabe-se que] ela acredita no mundo espiritual. Quando não acreditamos em nada espiritual, somos cem por cento naturais.
O meu pai era espiritual, ele era congregado Mariano, membro da Comunidade São Vicente de Paulo. Vicente de Paulo morreu há muito tempo, no entanto, existe a irmandade São Vicente de Paulo. O espírito de Vicente está ali naquele meio; a pessoa tem o espírito de Vicente de Paulo. O que ele fazia é o que a pessoa faz.
Uma filha de Maria põe véu, roupa adequada, não se vê uma filha de Maria com uma saia curta. Ela tem que ter o espírito de Maria, cabelo de Maria, o jeito de Maria. Então, uma filha de Maria é espiritual. Quando ela entra na igreja, você sabe que ela é uma filha de Maria pela roupa dela, pelo jeito dela; tem uma fita atravessada no peito.
Quando essas pessoas entravam no templo, sabia-se que um era congregado Mariano, que o outro era da Irmandade Santíssimo, e que o outro não era coisa nenhuma. Aí um bêbado entrava, sabia-se que ele não era nem Congregado Mariano, nem da Irmandade Santíssimo e nem filho de Maria, mas ele estava ali com um espírito. É isto que eu quero dizer a vocês: tem um espírito influenciando o seu jeito de viver.
Quando se vê uma pessoa muito triste, abatida, desanimada, tem um espírito ali com aquelas características. Quando se vê uma pessoa violenta, xingando, nervosa, também tem um espírito, ali, com aquelas características. A Igreja de Cristo tem as características de Cristo. É onde eu queria chegar.
Entra um irmão aqui, já se pensa: não, aquele ali não pode ser filho Dele! Você vai conversar com a pessoa e ela não fala nada que Ele fala, não tem nada Dele, não tem nada que parece com Ele. Amém? Jesus falou isso: “Você vai conhecer a árvore pelo fruto” (Mateus 12:33). Tudo o que eu expliquei para vocês, aqui, foi isso.
Por isso, na apostila, falamos: “Como que o Brasil é um país cristão?” Como o povo brasileiro é um povo cristão? Não é. Não é mesmo! Podem existir alguns cristãos, não é possível que não tenha, mas não se pode considerar o Brasil um país cristão. Aí vocês podem observar que o espírito do mundo age. O espírito de prostituição, de violência, de escândalo, etc. Você vê que o espírito do mundo age.
A nossa luta é para que exista um povo… Jesus estava no mundo falando das coisas concernentes ao Reino de Deus, e Ele falava: “Se vocês não creem nas coisas que eu falo, creiam nas coisas que eu faço” (João 10:38). E é a mesma coisa, como eu falei: você entra ali e o espírito é o mesmo. Você não crê no que eu falo, você tem que crer no que eu faço.
Saímos de casa pela manhã, reunimos aqui e não podemos perder tempo. Nós temos que correr atrás. Hoje à noite tem mais, amanhã tem de novo. Quando nós chegamos em casa, abrimos a Bíblia, pensamos, meditamos, porque nós estamos inconformados com o mundo, com o espírito que hoje opera no mundo. Porque nós estamos vendo os frutos, a situação.
O nosso inconformismo não é contra a pessoa, nós não estamos contra o A, B ou C. Nós, na verdade, deveríamos estar contra o espírito que chefia, que manda, que opera nos filhos da desobediência. As consequências, os frutos, têm sido desastrosos.
Mas, porque todos estão sendo enganados, ou por um ou por outro tipo de espírito, nós estamos nos distanciando cada vez mais da verdade, do que é puro, do que é honesto, do que é justo, do que é direito, e isso é um problema da Igreja de Cristo. Jesus fala: “Quando eu voltar, será que haverá alguém na terra com o meu espírito?” (Lucas 18:8). Não é sério?
As escrituras dizem que as coisas do Espírito de Deus, para o mundo de hoje, são loucura. Isso que eu estou falando deixa vocês assim, porque isso é loucura. O normal seria que cantássemos duas ou três músicas, rezássemos um pouco, e fôssemos embora “rapidinho”. “Assistimos a missa, vamos embora!”. Podíamos por até um ‘badecozinho’ aqui, alguma coisa na cabeça, uns óculos escuros, qualquer coisa para caracterizar um pouco de espiritualidade.
Os fariseus vestiam roupas que, quando eles levantavam os braços, as roupas vinham lá de baixo e parecia que voavam, aquilo era espiritual. Você pode deixar a Bíblia quietinha no seu colo! Vamos pensar se nós ficaremos conformados com essa situação ou se falaremos: “Realmente não está bom, nós precisamos fazer alguma coisa. Como nós vamos fazer? O que nós vamos fazer?”.
Imaginem nós com o dom de línguas, com o dom de profetizar, dom de interpretar, um dom que cura. Imaginem nós com dons espirituais!… Será que ficaríamos todos quietos? Então, quando a igreja se ajuntar… Para começar, imaginem Jesus Cristo, ele tinha sossego nessa terra? Por quê? A igreja de Atos tinha sossego? Dava tempo de ela fazer alguma coisa para ela? Será que eles tinham um tempo para comprar e vender, etc.?
Eles eram cem por cento ocupados. Aquilo fervia de dia e de noite; e eles faziam aquilo com prazer. Era uma coisa tão boa, tão gostosa, tão preciosa, que, parecia que o céu havia descido ali. Tinha tanta gente, milhares de pessoas! Não interessava se a pessoa seria salva, interessava que ela fosse lá. Alguns convertiam. Imaginem três mil pessoas… Se três mil converteram, resolveram segui-los… Vamos dizer que havia umas cinco mil e duas mil foram embora, aí, aquelas três mil pessoas que ficaram, se elas precisassem comer? Se elas precisassem de alguma coisa?
Então nós vamos continuar sendo naturais? Viemos, colocamos a Bíblia no colo… Aí à noite tem mais, voltamos, aí tem a cantina, o açaí da Lucilda, e vamos embora. Amém? O que vocês acham? Assim está bom? Não. Aí você fala: se nós nos tornarmos espirituais e “o pau começar a cair a folha”, como é que nós faremos? E aí, como nós vamos fazer? Voltamos para casa? Não voltamos para casa?
Ontem a Suzane teve uma visão interessante, ela me contou em casa. Suzy pegue o microfone e conte para nós.
Suzane – Eu vi que, enquanto o senhor falava sobre os espíritos, sobre o mundo espiritual, aqueles bichos que ficam em zoológico, como elefante, hipopótamo, avestruz… Esses, assim, grandões, “molões”, que parecem que não ofendem ninguém… Eles saíam de dentro de nós, só que eles não saíam andando, eles tinham uma asinha preta. Eu achava estranho porque eles saíam voando. As patas que eles tinham, eles colocavam na orelha, porque eles não queriam ouvir aquilo [que estava sendo falado]. Assim, eles se afastavam o máximo possível, como se ficassem esperando, porque não aguentavam escutar aquilo. Aí, eu vi que, no final, quando começamos a orar, eles se afastavam mais ainda, porque eles não queriam ouvir nenhum barulho. Nem a oração, nenhum louvor, nada. Eles não suportavam.
São espíritos, aparentemente, inofensivos. Não são violentos, não te prejudicam muito, são domésticos. Desde que você não os incomode, eles ficam aí. Amém? Aqui não tem nada que os ofenda, então eles vêm. Mas, ontem, eles se sentiram ofendidos. Aí, colocaram as mãos tapando [os ouvidos] e ficaram esperando do lado de fora. Na hora em que você sair, eles voltam para dentro.
No capítulo 12 da primeira carta aos Coríntios, Paulo fala que quando nós nos reunimos, uns falam línguas, outros interpretam, outros profetizam, outros operam maravilhas… O Espírito é o mesmo, a igreja é de Cristo, o povo é o povo de Cristo. Tudo é o Espírito de Deus, é o mesmo Espírito, mas cada um fazendo uma coisa, contribuindo para a edificação da igreja. Toda a igreja tem o mesmo Espírito. Como eu falei: se é filho de Maria, todos vão lá com aquele ‘negócio’ e você sabe que aquela pessoa é filha de Maria. Então aqui, a igreja reúne, o espírito é o mesmo; o espírito de Cristo edificando o reino de Deus, fazendo as coisas concernentes ao reino de Deus, trabalhando para edificação da casa de Deus, que é o povo de Deus. Amém?
Mas em uma casa você não precisa somente de uma coisa. Você precisa de muitas coisas. Você não vive em uma casa só com cadeira, só com um vaso ou com uma cama. Precisa-se de copo, de prato… Um corpo não é constituído somente por um órgão; e cada órgão tem a sua função. Entendeu?
Não são todos que vão fazer o que eu faço, mas alguma coisa você precisa fazer para a edificação da casa de Deus, do povo de Deus, do Reino de Deus. Por menor que seja a sua participação no corpo, você tem, e aquilo é uma alegria para você, é uma satisfação. Você pensa: “Eu não sou inútil, eu sou útil. Eu faço parte, eu vou, porque se eu não for, ficará faltando um dedinho na igreja, porque o dedinho não foi”. Não é assim?
Aí a pessoa pensa: “Vou passar um mês sem ir lá…”. Vocês viram a falta que eu fiz esses dias. Eu não estou brincando, eu não estou exagerando, eu estou falando com vocês uma coisa séria. Mesmo com setenta e três anos, aqui nesta situação, se vocês me tirarem, vão sentir a falta que “o velho” faz.
Me perguntaram: “O senhor vai a Mineiros? Eu preciso saber se o senhor vai”. Por quê? Porque se eu for, todo mundo quererá ir. E se eu for, a “coisa” lá será diferente. Se eu não for, será um “trem” morto, desanimado. Então eu tenho a minha importância na igreja. Aí, tira você, você fica um ano fora daqui… E quando você resolve aparecer, as pessoas perguntam: Uai, você não morreu?! Sumiu! Então, o que está acontecendo? Você não faz falta alguma! Tanto faz fora ou dentro. Você não incomoda os bichos. Por que eles não ficaram aqui ontem? Porque eles não estavam aguentando escutar. Amém? Parece que vocês ficaram tristes! A Suzane está dizendo que não fomos nós, mas sim os bichos que ficaram tristes.
Um dia eu entrei em um lugar e eu comecei a me sentir incomodado. Eu lia e pensava: “não é assim; não pode ser desse jeito, a igreja não pode ser isso, não está certo isso!”. Isso a uns trinta anos atrás. Eu, me sentindo incomodado, comecei realmente a buscar alguma coisa; eu comecei a olhar e ver. É o que vocês precisam fazer.
Vamos ler em I Coríntios capítulo 12 versículo 8 ao 11: “8) Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; 9) a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; 10) a outro a operação de milagres; a outro a profecia; a outro o dom de discernir espíritos; a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação de línguas. 11) Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, distribuindo particularmente a cada um como quer.”
Observem que está falando: … e a outro, e a outro… Então, não é tudo em cima de um, não. A um foi dado isso, a outro foi dado aquilo, etc. A igreja, quando reunia, era rica em dons. Um tinha uma coisa, o outro tinha outra coisa e aquilo, certamente, movimentava. Era um ‘negócio’, assim, tão gostoso, que não tinha esse desânimo, não tinha como parar.
Uma pessoa de fora que chegava naquele meio, entrava e logo sentia; e ela almejava um dom daquele, desejava ter um dom daquele. Quem desejasse fazer o que eu faço, poderia? Poderia, mas não seria um ‘negócio’ morto, não seria. Eu até falei para vocês, um dia eu entrei, olhei, vi, e falei: não pode ser desse jeito, e eu almejei, desejei ser, fazer alguma coisa.
Ninguém é obrigado a ser o que o outro é, porque, às vezes, a pessoa tem um dom, e a outra tem outro dom. Um tem o dom, por exemplo, de caridade. O outro, de amor, de administração, etc. A igreja carece de todos os dons. Porque lá, tinha pessoas para fazerem aquilo e faziam, desempenhavam aquela função sem que ninguém mandasse. Não havia aquele ‘negócio’, não era uma instituição; era naturalmente. É como se fosse uma árvore que dá fruto para todos os lados. E eu garanto que não era uma coisa morta, não tinha como a pessoa chegar lá e ficar morta. Ela era envolvida.
Quando alguém chegava lá, já vinha alguém e profetizava. Por exemplo, falava a respeito da Renata, quantos sapatos a Renata tinha, o que ela fazia, quantos filhos a Renata tinha; sabia se ela tinha dado o dízimo esse mês ou não, falava para ela até os centavos que ela deixou de dar ou que passou. E a Renata ficaria entusiasmada com aquilo, ela acordaria e, de repente, por causa daquilo, ela mudaria a vida dela. Falavam para você qual o problema que você tinha e o porquê de aquilo estar acontecendo. Uma pessoa chegava e falava para a outra. Então era um povo espiritual, cada um emprestava o seu corpo, mas a igreja era espiritual, Suzane!
Aconteceram coisas como a morte de Ananias e Safira, mas o povo agia naturalmente. Morreu? Morreu. “Pegue aqui, ponha para lá”. Quem queria mentir daí para frente? Os bichos não ficavam assim tão conformados, tão estacionados, como, normalmente, eles ficam aqui. A igreja era espiritual. A igreja é você. É você que tem que almejar. É você que tem que desejar. Tem um versículo que diz: “Desejar os dons espirituais” (I Coríntios 14:12). E no capítulo 13, no versículo 1, o Apóstolo Paulo ainda fala assim: “Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos e não tivesse caridade…” Ele ainda coloca o amor acima de todos os dons. Nós estamos aqui pelejando para ver se conseguimos pelo menos um desses “donzinhos”. O amor está acima de tudo isso. Isso significa que nós ainda temos que andar muito. “Ainda que eu falasse a língua dos anjos”.
Lá tinha pessoas que… Se chegasse um alemão e entrasse e tivesse uma pessoa falando, ele ouviria em alemão. Se a pessoa que tivesse esse dom aqui fosse a Lorraine e a Lorraine começasse a falar, ele a ouviria falar em alemão. Ela falando em português e ele ouvindo em alemão. Ele falando em alemão e a Lorraine ouvindo em português.
A igreja era doida, o povo era assim. O mais importante disso, Divina, é que você chegava lá na sua casa e a pessoa falava: “Divina, você tem que fazer isso. Olha, Divina, pegue aquilo ali e ponha fogo”. É desse jeito, gente, a igreja era o Reino de Deus. Será que nós podemos sonhar com isso? Mas, para isso, cada um de vocês tem que desejar, se esforçar.
O corpo tem dedo, unha, falange, tarso e metatarso. O corpo tem muita coisa. Se você falar: “Senhor, e eu? Eu vou ficar aqui comendo mosca? Eu vou ficar aqui a vida inteira “enchendo o saco”, querendo reunião boa?” Isso é coisa do cão!
Parece loucura, mas não é. No capítulo 14, versículo 4: “O que fala língua estranha edifica a si mesmo.” Olha aí! Você vai buscar o dom de língua estranha e não pensa que você vai ser útil à igreja, você vai ser útil a você mesmo. Então se você tiver um dom de línguas, já está bom demais, porque vai ajudar você. Pelo menos se você crescer, se você for beneficiado, já não está bom? O ideal é que todos falassem em línguas, porque todos seriam edificados. Olha o versículo 3: “Mas o que profetiza fala aos homens…”.
O ideal seria que todo mundo falasse línguas estranhas, mas se houver línguas estranhas, que haja também quem interprete. De repente, vai ter aquele que interpreta para poder fiscalizar: “Olha, você não está falando coisa nenhuma, não. Olha, você está enrolando”. Ou então, se ele falar, o outro tem que saber o que ele falou e não brincar. Mas Paulo diz: “Eu quero que todos vós faleis em línguas estranhas, mas muito mais que…” O que é profetizar? Fazer o que eu estou fazendo. Falar a palavra de Deus.
Então o corpo é seu, mas a palavra é de Deus. Por isso eu sempre pergunto: Deus falou conosco? Por isso os espíritos não queriam escutar. Porque não era o Rossini. Por isso os espíritos saíram. Isso é fundamental, porque se você acreditar, você acreditará na palavra de Deus. Se você acreditar, você não estará acreditando em mim, ou, se você acreditar em mim, é por causa da sua bondade.
Deus deu a visão para mostrar o seguinte: “não foi você que falou”. Então quando nós pegamos uma reunião digitada… Se alguém digitar essa reunião, verá quanta coisa importante tem sido dita aqui e que não pode ser, realmente, minha. Eu começo a falar aqui e as coisas vão vindo. Se deixar, eu falo o dia inteiro, ou eu caio duro aqui. Amém? Então, ou você sai do armário, ou você realmente escolhe. “Eu preciso almejar, eu preciso alcançar uma coisa que vá me colocar, me encaixar no corpo.” Às vezes você já está e não sabe.
Talvez nós já até estejamos, mas a igreja precisa de anciãos, de conselheiros; a igreja precisa de pessoas que orientem; a igreja precisa de mulheres mais velhas que ensinem as mais novas; a igreja não pode viver assim, só entrando e saindo. Se é que nós queremos ser o povo de Deus, os filhos de Deus. Porque às vezes, Celinho, você já está encaixado.
Você não ouviu falar que a árvore teria de produzir fruto? Que toda árvore teria que produzir fruto? E que a árvore que não produzisse fruto ele podaria para ver se ela viria a produzir? E que se ela produzisse, ele podaria para ela produzir ainda mais (João 15:2). Que a árvore que não tivesse nenhuma utilidade, melhor seria que ela fosse cortada.
É o que eu estava falando. Talvez você já esteja. Talvez você ainda não tenha descoberto qual é a sua utilidade, mas você já está ali. Nós já fomos mais participativos. Temos nos esforçado para ver se vocês descobrem alguma coisa…
Esses dias a Naianny me falou: Eu quero que o senhor fale para mim o que nós precisaremos para organizar o ambulatório. Para poder ver como pode surgir alguma coisa que possa ser feita pela igreja.
Tudo é visando a edificação da igreja. Se cada um… É uma pessoa que saiba bordar, é uma pessoa que saiba costurar, é um que faça isso, outro que faça aquilo, é uma pessoa que limpe, que passe o pano… E que você faça a sua função com alegria, com satisfação. De tal maneira que, no dia que você faltar, todo mundo irá notar. “A luz ficou acesa! Ué, o Fulano não veio?”; “As janelas ficaram abertas! Ué, o fulano não veio?”. Porque era aquilo era ele quem fazia.
Que os jovens desejassem os melhores dons. Desejem, almejem os melhores dons! O Brechó ficou muito tempo sem ser usado, sem ninguém se interessar. A Ló interessou. Talvez ninguém nem perceba, mas é bom para ela se sentir útil e é uma coisa que ela gosta; aí começa a sentir prazer em fazer aquilo.
Precisa-se de pessoas que se interessem por tudo. A igreja é um corpo bem ajustado, no qual todas as pessoas são como juntas e medulas. A igreja é um corpo bem ajustado, que cresce para edificação (Efésios 4:16). Se tivesse uma pessoa doente, você teria o dom para cuidar dela. Se tivesse uma pessoa necessitada, você seria o encarregado de cuidar daquela pessoa.
O Samaritano passou e viu o sujeito doente (Lucas 10:32). O importante é que você tenha sido útil a Deus. Deus, precisando ajudar uma pessoa, usou você para poder ajudá-la. Deus realmente está aqui, Ele está à frente de tudo. Ele quer um povo que se coloque à disposição. “Senhor, eis-me aqui, faça em mim a tua vontade.” Às vezes você nem imagina qual será a sua utilidade.
Quando eu comecei a fazer o que eu faço, eu não tinha ideia, muito pelo contrário. Quando eu entendi que Deus havia falado alguma coisa comigo, eu recuei e falei: “o Senhor encontra outra pessoa, porque eu não tenho condição de fazer isso”. Eu não sei como… Aos poucos, eu vim chegando aonde cheguei. Mas eu acho que nós ainda vamos mais longe. Então, Deus falou conosco?
Imaginem o Senhor da igreja, o Rei Jesus. O que ele fez? Qual o exemplo que Ele deu? Se você se basear no que Ele fez, no exemplo que Ele deu, imitar, copiar… O que Ele fez? Evangelizou, buscou a Deus, curou enfermos, expulsou demônios. Ele foi trabalhando; não esperou ninguém. O que Ele tinha que fazer, Ele foi fazendo. E as pessoas viram aquilo como sendo importante, e queriam segui-lo. “Eu posso seguir o Senhor?”.
Mas Ele não ficou esperando; Ele foi fazendo. Não era para mostrar para ninguém, mas na hora em que fosse preciso, Ele tinha. É isso, gente, comecem! Como a Eliana falou, ela não sabe se ela fará e nem como ela irá fazer. Mas você irá fazer, minha filha. Aliás, você tem feito.
Imite, siga. Vá fazendo do jeito que Jesus fez sem ter que… Ele não leu? Ele não buscou? Na hora em que foi preciso, Ele falou: “Está escrito” (Lucas 4:4). Na hora em que foi preciso, Ele não falou: “foi dito assim pelo profeta tal” (Mateus 24:15)? ‘Eu quero ser usado da maneira que o Senhor deseja’. Às vezes Deus quer que você fique quietinho ali, mas você não se esqueça de dizer para Ele: “É um prazer servi-lo, Senhor! Ser guiado pelo Senhor, estar sempre pronto”.
Uma igreja dirigida por Deus, guiada por Deus. A cabeça dirigindo o corpo. Porque você entrou, você se colocou à disposição, você disse: eis-me aqui, Senhor! Eu quero fazer parte do corpo, eu quero ser útil, eu quero, realmente, ser usado.
Um dia, dois dias, três dias… De repente, você perceberá que as coisas estão mudando. Tem um versículo que fala assim: “Não como lá atrás, quando cada um fazia do seu jeito, quando cada um seguia o seu próprio conselho, quando cada um andava nos seus próprios caminhos.” Agora não, nós não andamos mais nos nossos próprios caminhos, nós não fazemos mais a nossa própria vontade. Nós temos um Senhor que nos guia, que nos dirige, que nós vivemos para Ele. Amém?
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